O general Walter Braga Netto, ex-ministro do governo Bolsonaro, foi preso na manhã do sábado, 14 de dezembro, pela Polícia Federal (PF). A prisão, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), teve o aval do procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, que considerou a medida imprescindível para o andamento das investigações.
Aval da PGR: Em parecer emitido no dia 10 de dezembro, o mesmo dia da decisão de Moraes, Gonet afirmou que o pedido da PF demonstrava a “imprescindibilidade da providência em prol do avanço das investigações”. Ele destacou a “clara pertinência lógica”, “necessidade”, “adequação” e “proporcionalidade da medida”, justificando a prisão preventiva.
Motivações para a Prisão: Segundo a PF e a decisão judicial, Braga Netto teria tentado obstruir as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A investigação aponta que o general tentou obter informações privilegiadas da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, inclusive entrando em contato com o pai de Cid, o general Mauro César Lourena Cid. Mauro Cid confirmou à PF a tentativa de contato por parte do general Braga Netto. As investigações sobre o golpe de 2022 têm se intensificado.
Além disso, a PF encontrou documentos na mesa do coronel Flávio Botelho Peregrino, assessor de Braga Netto, no dia 8 de fevereiro, durante a operação “Tempus Veritatis”, contendo, segundo a investigação, perguntas e respostas direcionadas à delação premiada, configurando, na visão da justiça, mais indícios de obstrução.
Crimes Imputados: O PGR identificou fortes indícios de crimes como tentativa de abolição violenta do Estado democrático, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima e deterioração do patrimônio tombado. A quantidade de provas apresentadas foi considerada suficiente para justificar, além da prisão, medidas de busca e apreensão nas residências dos investigados.
A Prisão e Audiência de Custódia: Braga Netto foi preso em sua residência em Copacabana, Rio de Janeiro, e conduzido à sede da PF na cidade. Ele passou por audiência de custódia ainda no sábado, às 14h. Por ser militar, após a audiência, foi entregue ao Exército e permanece sob custódia militar.
A Agência Brasil tentou contato com a defesa do general, mas ainda não obteve resposta.
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