Categoria: Ciência

Seja para entender como vacinas funcionam, descobrir os efeitos das mudanças climáticas ou explorar as novas fronteiras da inteligência artificial, a editoria Ciência do Portal N10 está aqui para traduzir o mundo científico com clareza, responsabilidade e conexão com o cotidiano.

Vivemos uma era em que a ciência está cada vez mais próxima do nosso dia a dia — da comida que colocamos no prato à tecnologia que carregamos no bolso. E é com essa proposta que o Portal N10 atua: democratizar o acesso ao conhecimento, sempre com olhar crítico e compromisso com a verdade.

🧠 O que você vai encontrar na editoria de Ciência?

A editoria é focada em entregar um conteúdo informativo, atualizado e com profundidade, cobrindo temas como:

  • Pesquisas nacionais e internacionais que impactam a saúde pública

  • Avanços em vacinas, remédios, terapias e diagnósticos

  • Mudanças climáticas, meio ambiente e sustentabilidade

  • Estudos em biotecnologia, genética, inteligência artificial e robótica

  • Exploração espacial, astronomia e física aplicada

  • Debates éticos sobre ciência e tecnologia

Tudo isso com um objetivo claro: tornar o conhecimento acessível a todos, inclusive àqueles que não têm formação na área.

🌍 Do laboratório ao mundo real: ciência com impacto social

O diferencial da editoria de Ciência é a sua capacidade de ligar a pesquisa à vida prática. Se uma nova vacina está sendo desenvolvida, você entende como ela funciona, quem está envolvido, quando pode estar disponível e quais impactos ela pode ter na saúde coletiva.

Se um estudo aponta os riscos da poluição atmosférica, a matéria vai além do dado técnico e mostra como isso afeta sua cidade, sua saúde respiratória e as políticas públicas em andamento.

🌡️ Pandemias, epidemias e vigilância sanitária: cobertura com responsabilidade

Desde o início da pandemia da Covid-19, a editoria Ciência se posicionou como uma fonte confiável de informação, sempre alinhada com os dados oficiais da OMS, Fiocruz, Anvisa e outras instituições científicas respeitadas.

Além da Covid, também há espaço para temas como dengue, zika, chikungunya, febre amarela e outras ameaças sanitárias que afetam a população brasileira — sempre com foco em prevenção, combate e responsabilidade social.

🚀 Espaço, robótica e IA: fronteiras do futuro em linguagem acessível

A curiosidade pelo espaço, pela inteligência artificial e pelos avanços em automação também tem lugar garantido na editoria. Com matérias sobre:

  • Novas missões da NASA e da SpaceX

  • Satélites, exploração de Marte e vida extraterrestre

  • Robôs humanoides, drones, impressoras 3D e IA generativa

  • Ética e desafios das máquinas inteligentes

Você acompanha o que está sendo feito hoje — e o que está por vir — com linguagem clara, sem o famoso “cientifiquês”.

🌱 Clima, ecologia e sustentabilidade: um compromisso com o planeta

O Portal N10 reconhece que o debate climático é urgente e necessário. Por isso, publica matérias que conectam o leitor com os principais desafios ambientais, como:

  • Aquecimento global e derretimento das calotas polares

  • Desmatamento da Amazônia e impactos na biodiversidade

  • Energias renováveis e transição energética

  • Acordos internacionais e metas de descarbonização

Sempre com base em dados confiáveis e em entrevistas com especialistas da área.

🧬 Ciência brasileira em destaque

A editoria também valoriza o que é produzido no Brasil. Universidades públicas, institutos de pesquisa, startups de tecnologia e cientistas brasileiros têm destaque constante no conteúdo, com ênfase em:

  • Pesquisas da Fiocruz, Butantan, USP, UFRN e outras instituições

  • Financiamentos públicos e cortes na área de ciência e tecnologia

  • Participação de brasileiros em colaborações internacionais

Essa valorização é um diferencial importante para informar, formar opinião e inspirar novas gerações.


📌 Quer entender melhor o mundo, com base no que diz a ciência? Acesse agora a editoria Ciência do Portal N10 e fique por dentro das descobertas, pesquisas e debates que estão moldando o nosso presente — e definindo o futuro da humanidade.

  • Exoplaneta K2-18b pode abrigar condições ideais para vida, dizem cientistas

    Exoplaneta K2-18b pode abrigar condições ideais para vida, dizem cientistas

    Astrônomos liderados pela Universidade de Cambridge detectaram indícios promissores de vida fora do Sistema Solar. A descoberta foi feita no exoplaneta K2-18b, localizado a cerca de 124 anos-luz da Terra, na constelação de Leão, e habitando a chamada zona habitável — região ao redor de uma estrela onde pode haver água em estado líquido.

    Utilizando dados do poderoso Telescópio Espacial James Webb (JWST), os pesquisadores identificaram possíveis assinaturas químicas de duas moléculas orgânicas: dimetil sulfeto (DMS) e/ou dimetil dissulfeto (DMDS). Na Terra, ambas são associadas exclusivamente à presença de vida, especialmente a micro-organismos marinhos como o fitoplâncton.

    “DMS e DMDS são considerados potenciais biossinais, pois aqui na Terra, sua produção é biologicamente limitada”, explicou o professor Nikku Madhusudhan, do Instituto de Astronomia de Cambridge, responsável pela pesquisa.

    O que torna a descoberta tão relevante?

    Esses compostos foram identificados por meio da espectroscopia de trânsito — uma técnica em que a luz da estrela-mãe atravessa a atmosfera do planeta durante sua passagem diante do astro (o chamado “trânsito”). Parte dessa luz é absorvida por gases na atmosfera do exoplaneta, deixando uma espécie de “impressão digital” espectral que pode ser analisada por instrumentos como o JWST.

    A descoberta atual foi feita por meio do instrumento MIRI (Mid-Infrared Instrument), que analisa o espectro na faixa de 6 a 12 micrômetros — um comprimento de onda diferente das observações anteriores, realizadas com os instrumentos NIRISS e NIRSpec (0,8 a 5 micrômetros). O fato de o novo sinal aparecer em uma faixa espectral totalmente independente fortalece a confiabilidade dos dados.

    “Ver esse resultado emergir com clareza em análises independentes e testes rigorosos foi incrível”, comentou o pesquisador Måns Holmberg, do Space Telescope Science Institute, nos EUA.

    Condições ideais para a vida?

    K2-18b é um planeta com massa 8,6 vezes maior que a da Terra e raio 2,6 vezes superior, sendo classificado como um possível planeta Hycean — um tipo teórico de mundo coberto por oceanos, com atmosfera rica em hidrogênio. Essas condições, de acordo com modelos teóricos, seriam favoráveis ao surgimento e manutenção da vida.

    Além do DMS e DMDS, a atmosfera do planeta também já havia revelado a presença de metano e dióxido de carbono, dois compostos orgânicos essenciais. A concentração estimada de DMS em K2-18b é cerca de milhares de vezes maior que na Terra — mais de 10 partes por milhão, comparado a menos de uma parte por bilhão no nosso planeta.

    “Esse é exatamente o tipo de sinal previsto para mundos Hycean. A presença dessas moléculas em tal abundância é algo que encaixa perfeitamente com esse modelo”, disse Madhusudhan.

    Próximos passos e cautela científica

    Apesar do entusiasmo, os cientistas reforçam que a descoberta ainda não é conclusiva. O nível atual de certeza estatística é de três sigma — o que representa cerca de 99,7% de confiança, mas ainda abaixo do padrão de cinco sigma necessário para confirmar uma descoberta científica formal.

    Estima-se que entre 16 e 24 horas adicionais de observação com o JWST possam fornecer os dados necessários para ultrapassar esse limiar.

    “Precisamos ser profundamente céticos com nossos próprios resultados. É assim que a ciência deve funcionar”, alertou Madhusudhan. “Só com testes repetidos e observações complementares podemos afirmar com confiança o que estamos vendo.”

    Pesquisadores agora trabalham em modelos teóricos e experimentos laboratoriais para verificar se essas moléculas podem ser geradas por processos não biológicos — uma possibilidade que ainda não está totalmente descartada.

    Estamos mais próximos da resposta à pergunta fundamental?

    A busca por vida fora da Terra é uma das maiores questões da humanidade. E, embora o estudo de K2-18b ainda esteja em curso, os sinais detectados representam um avanço significativo.

    “Décadas no futuro, talvez olhemos para este momento e reconheçamos que foi quando o universo vivo se tornou uma possibilidade concreta”, refletiu Madhusudhan.

    O telescópio James Webb é uma colaboração entre NASA, ESA (Agência Espacial Europeia) e CSA (Agência Espacial Canadense), com apoio financeiro da UKRI (UK Research and Innovation). A pesquisa foi publicada na revista científica The Astrophysical Journal Letters.

  • Voo NS-31 da Blue Origin leva só mulheres ao espaço, com Katy Perry e Lauren Sánchez na missão

    Voo NS-31 da Blue Origin leva só mulheres ao espaço, com Katy Perry e Lauren Sánchez na missão

    Nesta segunda-feira (14), a Blue Origin realizou com sucesso o lançamento do voo tripulado NS-31 com uma tripulação formada exclusivamente por mulheres. A bordo do foguete New Shepard, o grupo partiu do Centro de Lançamento número 1, no Texas, para uma jornada rápida mas histórica ao espaço — com direito a quase três minutos de gravidade zero e vistas de tirar o fôlego da curvatura da Terra.

    O voo começou oficialmente às 8h30 (horário local), alcançando uma altitude de 107 quilômetros, ultrapassando a famosa Linha de Kármán, o limite reconhecido internacionalmente do espaço. A cápsula chegou ao ápice da missão aos impressionantes 107 km acima do nível do mar, enquanto o propulsor alcançou altitude semelhante antes de retornar. A duração total da missão foi de 10 minutos e 21 segundos, conforme confirmou a própria Blue Origin pelas redes sociais.

    A tripulação da missão NS-31 foi liderada por Lauren Sánchez, jornalista e companheira do fundador da Blue Origin, Jeff Bezos. Com ela estavam Katy Perry, estrela da música pop; Gayle King, copresentadora do programa CBS Mornings; a cientista e defensora de direitos humanos Amanda Nguyen; a CEO da STEMBoard, Aisha Bowe; e a produtora de cinema Kerianne Flynn.

    Todas as integrantes embarcaram na cápsula do New Shepard com controle total feito a partir da Terra — sem a presença de piloto a bordo. A separação da cápsula foi confirmada logo após o lançamento e, instantes depois, as astronautas puderam flutuar em ambiente de microgravidade.

    Segundo dados divulgados pela Blue Origin, a cápsula pousou com segurança às 8h40 (horário local), sendo recebida com celebrações no centro de controle. O propulsor também realizou seu pouso com sucesso, completando mais um marco técnico da empresa.

    Este foi o 11º voo tripulado do programa New Shepard e o 31º lançamento geral da empresa. A missão também entra para a história como a primeira com tripulação totalmente feminina desde o voo solo da soviética Valentina Tereshkova em 1963, reforçando a presença de mulheres em um setor historicamente dominado por homens.

    Desde a criação do programa, 52 pessoas já cruzaram a Linha de Kármán a bordo das naves da Blue Origin. A NS-31 reforça o avanço do turismo espacial e a busca por maior diversidade e representatividade em missões espaciais privadas.

    Para a cantora Katy Perry, a experiência foi descrita como “inesquecível e transformadora”, segundo nota oficial divulgada após o pouso. Já Lauren Sánchez declarou que “essa missão representa mais do que um voo — é um passo simbólico para todas as mulheres que sonham em alcançar as estrelas”.


    Destaques da missão NS-31:

    • Lançamento: 14 de abril, às 8h30 CDT / 13h30 UTC

    • Altitude máxima da cápsula: 107 km

    • Duração do voo: 10 minutos e 21 segundos

    • Tripulação: 6 mulheres, sem piloto a bordo

    • Fato marcante: Primeira missão totalmente feminina desde 1963

    • Empresa responsável: Blue Origin, de Jeff Bezos

  • Nova espécie de crustáceo subterrâneo é identificada em Jandaíra

    Nova espécie de crustáceo subterrâneo é identificada em Jandaíra

    Uma descoberta notável no Rio Grande do Norte revela a existência de uma nova espécie de animal subterrâneo. Pesquisadores identificaram o crustáceo em cavernas do município de Jandaíra, ampliando o conhecimento sobre a biodiversidade do estado e da América do Sul. 

    A espécie foi batizada de Poicarcinia jandairensis, um nome que combina termos do tupi e do grego, significando “camarão fino que vive em Jandaíra”. A descoberta exigiu a criação de um novo gênero, dada a singularidade da espécie em relação a outras já conhecidas.

    Segundo Diego Bento, analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (Cecav), órgão do ICMBio/MMA, a descoberta é um marco para a zoologia sul-americana. “Com essa descoberta, dobramos o número de gêneros e espécies de calabozóides em toda a América do Sul, pois só eram conhecidas uma espécie na Venezuela e outras duas na Bahia. Agora, o Rio Grande do Norte possui a maior riqueza de gêneros e espécies desse grupo em toda a América do Sul, com duas espécies na região de Felipe Guerra e Governador Dix-Sept Rosado e uma em Jandaíra”, afirma Bento.

    O analista ressalta a importância da preservação das cavernas de Jandaíra para a manutenção da espécie. “Preservar as cavernas de Jandaíra é fundamental para impedir a extinção dessa linhagem, que provavelmente já habita a região há milhões de anos”, destaca Bento. 

    A descoberta eleva o Rio Grande do Norte a um novo patamar em termos de diversidade subterrânea no Brasil, destacando a necessidade urgente de conservação dos ecossistemas cavernícolas, que abrigam formas de vida únicas e ainda pouco exploradas pela ciência.

    Nova espécie de crustáceo subterrâneo é identificada em Jandaíra
    Espécie encontrada em Jandaíra foi batizada de Poicarcinia jandairensis, nome que combina termos em tupi e grego e significa “camarão fino que vive em Jandaíra”. Foto: Divulgação.
  • Pílula anticoncepcional masculina sem hormônios entra em testes clínicos pela primeira vez

    Pílula anticoncepcional masculina sem hormônios entra em testes clínicos pela primeira vez

    Uma pílula anticoncepcional masculina que não utiliza hormônios está sendo submetida a testes clínicos pela primeira vez na história. O medicamento, denominado YCT-529, apresentou resultados promissores ao limitar a produção de espermatozoides em ratos e primatas não humanos, com mínimos efeitos colaterais.

    Em testes com ratos, o contraceptivo começou a fazer efeito em um mês de uso, reduzindo as chances de gravidez em parceiras em quase 100%. Macacos machos necessitaram de uma dosagem maior de YCT-529, que também causou uma rápida diminuição na contagem de espermatozoides sem efeitos colaterais graves.

    Um aspecto importante é que os animais recuperaram a fertilidade após a suspensão do medicamento. A droga também não provocou alterações significativas em três hormônios importantes para a produção de esperma: testosterona, FSH ou inibina B. As informações são do Science Alert.

    Ao contrário dos métodos contraceptivos femininos hormonais, que podem causar efeitos colaterais indesejados como ganho de peso e depressão, a YCT-529, por não influenciar os hormônios sexuais, busca evitar esses problemas. Métodos não hormonais têm se mostrado promissores, levando esperança para o desenvolvimento de contraceptivos masculinos mais seguros e eficazes. 

    A fase 1 dos testes clínicos da YCT-529 já foi concluída, e embora os resultados ainda não tenham sido divulgados, foram considerados suficientemente positivos para avançar para a fase 2, que avalia a segurança e eficácia. O estudo teve início na Nova Zelândia em setembro de 2024.

    De acordo com a química medicinal Gunda Georg, da Universidade de Minnesota, uma pílula masculina segura e eficaz proporcionará mais opções para casais no controle da natalidade, permitindo uma divisão mais equitativa da responsabilidade pelo planejamento familiar e proporcionando autonomia reprodutiva para os homens.”

    O laboratório de Georg investiga a YCT-529 há anos devido ao seu impacto em uma proteína chamada receptor alfa do ácido retinoico (RAR). Esse receptor interage com o ácido retinoico – um metabólito da vitamina A – para influenciar o crescimento celular, a formação de espermatozoides e o desenvolvimento embrionário.

    A YCT-529 bloqueia o RAR-alfa e, por atingir apenas essa versão do receptor, limita os possíveis efeitos colaterais. A pesquisa em andamento recebeu financiamento dos Institutos Nacionais de Saúde e reúne cientistas da Universidade de Columbia, da Universidade de Minnesota e da empresa farmacêutica YourChoice Therapeutics.

    Nadja Mannowetz, diretora científica e fundadora da YourChoice Therapeutics, afirma que os estudos em animais lançaram as bases para os ensaios clínicos em humanos da YCT-529, que estão progredindo de forma eficiente. Ela acrescenta: Com a taxa de gravidez não intencional em quase 50% nos EUA e globalmente, precisamos de mais opções de contraceptivos, principalmente para homens.”

    YCT-529 não é o único controle de natalidade masculino não hormonal em exploração. Um estudo de 2024 testou outro composto, chamado CDD-2807, que impede que camundongos machos gerem ninhadas quando injetado. Ainda não está passando por ensaios clínicos.

    Um estudo de 2023 revelou que mais de três quartos dos mais de 2.000 homens entrevistados estariam dispostos a usar novos contraceptivos.

    Mannowetz disse em um recente comunicado à imprensa: As mulheres têm arcado com o fardo da prevenção da gravidez por muito tempo. Ela complementa: Os dados continuam a mostrar que os homens querem ajudar e estão dispostos a experimentar novas opções de controle de natalidade. Os dados também mostram que as mulheres confiam neles para fazê-lo. Após quase dois séculos sem inovação no controle de natalidade masculino, é hora de mudar, e estamos satisfeitos por fazer parte disso.”

  • Estudo revela que audição feminina pode ser mais sensível que a masculina

    Estudo revela que audição feminina pode ser mais sensível que a masculina

    Uma pesquisa internacional sugere que a sensibilidade auditiva pode estar mais relacionada ao sexo do indivíduo do que à idade. O estudo, publicado na Scientific Reports, descobriu que mulheres exibem consistentemente maior sensibilidade a ruídos altos em frequências baixas, médias e altas.

    Ao estimular a orelha com cliques, os pesquisadores observaram que as células ciliadas dentro da cóclea de mulheres eram, em média, dois decibéis mais sensíveis do que as de homens. Embora essa diferença possa não ser perceptível individualmente, ela é mensurável em testes cocleares.

    Patricia Balaresque, bióloga evolutiva da Universidade Paul Sabatier, na França, que liderou o estudo, afirmou que, embora a idade seja um fator conhecido na diminuição da sensibilidade coclear, o sexo e fatores ambientais parecem ter um impacto ainda maior.

    Para investigar essa questão, os pesquisadores utilizaram um teste de emissões otoacústicas evocadas transientes (TEOAE) para analisar a sensibilidade coclear de 448 participantes saudáveis de cinco países diferentes: Equador, Inglaterra, Gabão, África do Sul e Uzbequistão. Em todos os modelos analíticos, o sexo foi o principal fator biológico a explicar as diferenças individuais nos resultados do TEOAE, seguido pela idade.

    Os pesquisadores também descobriram que o local de residência tem um impacto maior na sensibilidade coclear do que a idade. Indivíduos que vivem em ambientes florestais, por exemplo, tendem a ter um desempenho melhor do que aqueles em ambientes urbanos ou de alta altitude. 

    Implicações e próximos passos

    Segundo Balaresque, os resultados desafiam as suposições existentes e destacam a necessidade de considerar fatores biológicos e ambientais ao estudar a audição. A identificação dos fatores que impulsionam a variação natural da audição pode melhorar a compreensão da perda auditiva e das diferenças individuais na tolerância ao ruído.

    Estudos anteriores indicam que homens perdem a audição duas vezes mais rápido que mulheres, especialmente em sons de alta frequência. A razão para isso ainda não é clara, mas alguns cientistas sugerem que homens podem estar mais expostos a ruídos prejudiciais ao longo da vida. 

    As diferenças de sensibilidade coclear entre os sexos podem ser devidas à exposição hormonal durante o desenvolvimento inicial, influenciando a formação e a resposta das células ciliadas na cóclea. Mulheres também tendem a ter melhor desempenho em outros testes auditivos, sugerindo uma função superior das orelhas internas e externas em comparação com os homens. No entanto, são necessárias mais pesquisas para determinar se esses fatores são culturais ou biológicos. 

    Turi King, bióloga evolutiva da Universidade de Bath, no Reino Unido, ressalta que ter uma audição mais sensível em ambientes ruidosos pode nem sempre ser vantajoso, considerando os efeitos prejudiciais do ruído na saúde geral, como a qualidade do sono e o aumento de doenças cardiovasculares.

    O estudo é uma das primeiras investigações detalhadas sobre os fatores que influenciam a sensibilidade da orelha interna humana, utilizando uma coorte diversificada com diferentes etnias e idiomas. Os autores concluem que as diferenças significativas identificadas com base no sexo precisam ser estudadas mais a fundo para adaptar aparelhos auditivos a diversas populações.