PL garante assinaturas para urgência de anistia, apesar da pressão governamental

O líder do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), assegurou que o requerimento de urgência para o projeto de lei de anistia mantém o apoio necessário, mesmo diante da intensa pressão exercida pelo Palácio do Planalto. A declaração foi feita à CNN Brasil.

Segundo Cavalcante, a ofensiva do governo para dissuadir parlamentares da base aliada de apoiarem a medida não surtiu efeito. “Mesmo com notícias de pressão no governo, ninguém retirou assinaturas neste fim de semana. Continuo com 265 assinaturas”, afirmou o deputado.

A manutenção do número de assinaturas representa um alívio para a oposição, que temia perder apoios importantes. Atualmente, o requerimento de urgência conta com dez assinaturas a mais do que o mínimo necessário para ser apreciado (257).

A presença de assinaturas de deputados da base governista no requerimento tem gerado desconforto no Planalto e entre parlamentares que se opõem à proposta de anistia. A articulação do governo visa, portanto, a retirada desses apoios. O General Girão defende extensão da anistia a Bolsonaro e aliados investigados por tentativa de golpe.

Resistência na presidência da Câmara

Apesar de contar com o número suficiente de assinaturas, a aprovação do regime de urgência não garante que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), irá pautar o projeto. Motta tem demonstrado resistência em levar a proposta ao plenário, apesar da pressão de diferentes setores.

É importante ressaltar que a Câmara possui uma extensa lista de requerimentos de urgência pendentes, muitos dos quais referentes a propostas de leis de gestões anteriores. Em fevereiro, por exemplo, um pedido de urgência foi determinante para a aprovação do Dia do Axé.

Sóstenes Cavalcante criticou a postura de Hugo Motta, argumentando que o presidente da Câmara tem priorizado pautas alinhadas à esquerda e ao Judiciário. “O Hugo Motta agradou a esquerda; o Judiciário; quando ele vai agradar o maior partido da Casa?”, questionou o líder do PL, cuja bancada é composta por 92 deputados.