Categoria: Mundo

  • Brasileiros figuram entre os nomes cotados para suceder o Papa Francisco

    Brasileiros figuram entre os nomes cotados para suceder o Papa Francisco

    Após 12 anos de pontificado, a Igreja Católica se prepara para o processo de eleição do novo Papa, em decorrência do falecimento do Papa Francisco nesta segunda-feira (21). O conclave, reunião de cardeais para eleger o sucessor, deve ocorrer dentro de 15 a 20 dias.

    Entre os nomes cogitados para liderar a Igreja, dois cardeais brasileiros se destacam: Leonardo Ulrich Steiner, 74 anos, arcebispo de Manaus (AM), e Sergio da Rocha, 65 anos, arcebispo de São Salvador (BA). Conclave: sete cardeais brasileiros aptos a eleger o sucessor do Papa Francisco. 

    Apesar da representatividade brasileira, o cardeal italiano Pietro Parolin, de 70 anos, surge como o principal favorito nas casas de apostas. Atual secretário de Estado do Vaticano, Parolin foi o primeiro cardeal nomeado por Francisco em 2013.

    Segundo as casas de apostas, Parolin possui 38% de chances de ser eleito, seguido por Luis Antonio Tagle, cardeal das Filipinas, com 32%. Péter Erdo, da Hungria, aparece em terceiro lugar, com 7%. As chances de Leonardo Steiner e Sergio da Rocha são inferiores a 1%.

    A Europa é apontada como o continente com maior probabilidade de eleger o próximo Papa, com 55% das apostas. A Ásia vem em segundo lugar, com 31%, seguida pela África, com 10%. Atualmente, a América Latina possui 24 cardeais eleitores, enquanto a Europa lidera com 55.

    Lista de cardeais mais cotados:

    • Cardeal Pietro Parolin – Itália
    • Cardeal Luis Antonio Tagle – Filipinas
    • Cardeal Péter Erdo – Hungria
    • Cardeal Jean-Marc Aveline – França
    • Cardeal Matteo Zuppi – Itália
    • Cardeal Pierbattista Pizzaballa – Itália
    • Cardeal José Tolentino de Mendonça – Portugal
    • Cardeal Mario Grech – Malta
    • Cardeal Robert Francis Prevost – EUA
    • Cardeal Wilton Gregory – EUA
    • Cardeal Blase Cupich – EUA
    • Cardeal Fridolin Ambongo Besungu – República Democrática do Congo
    • Cardeal Leonardo Ulrich Steiner – Brasil
    • Cardeal Sérgio da Rocha – Brasil

    Dos 252 cardeais, 140 são votantes e elegíveis (com menos de 80 anos). O Brasil possui oito cardeais, mas apenas sete podem participar do processo.

  • Corpo do Papa Francisco será velado na Basílica de São Pedro a partir de quarta-feira (23)

    Corpo do Papa Francisco será velado na Basílica de São Pedro a partir de quarta-feira (23)

    O corpo do Papa Francisco, falecido nesta segunda-feira (21) aos 88 anos, será levado para a Basílica de São Pedro, em Roma, na manhã de quarta-feira (23), onde os fiéis poderão prestar suas últimas homenagens. A sucessão do Papa Francisco já está sendo planejada pelo Vaticano.

    Ao contrário do que é tradicional, o sepultamento ocorrerá na Basílica de Santa Maria Maggiore, também em Roma. A última vez que um papa foi sepultado nesta basílica foi em 1903, com o enterro do Papa Leão XIII.

    A morte de Francisco dá início ao período conhecido como “Sé Vacante”, um período de transição para a Igreja Católica. O Cardeal Farrell assume após falecimento do Papa Francisco, nesse período de Sé Vacante.

    Com o falecimento, a Igreja entra em um período de governo temporário. Parte dos religiosos da cúpula do Vaticano perde suas funções, e decisões urgentes ficam a cargo do Colégio dos Cardeais.

    Durante a Sé Vacante, o camerlengo conduz os trabalhos da Igreja e prepara a transição de governo, organizando o Conclave, que elegerá o novo líder. Atualmente, o cargo é ocupado pelo cardeal irlandês Kevin Joseph Farrell. Sete cardeais brasileiros estão aptos a eleger o sucessor do Papa Francisco no Conclave.

    Segundo o Vaticano, as cerimônias fúnebres de Francisco começarão ainda nesta segunda-feira. Os horários (de Brasília) serão:

    • 14h: Missa de sufrágio do Papa Francisco na Basílica de São João de Latrão, em Roma, a ser realizada pelo cardeal Baldo Reina.
    • 15h: Ritos de constatação da morte e deposição do corpo de Francisco no caixão, na capela privada do papa, na Capela de Santa Marta, presidida pelo camerlengo Farrell.

    Após a morte do papa, o funeral é feito seguindo a “Ordem das Exéquias do Sumo Pontífice“, um livro litúrgico que determina como serão as cerimônias fúnebres do pontífice. As normas foram aprovadas por Francisco em abril de 2024 e publicadas em novembro do mesmo ano. Os ritos fúnebres e o processo de eleição do novo Papa seguem normas específicas.

    O primeiro rito é a confirmação da morte, realizada pelo camerlengo, que chamará o papa pelo nome três vezes. Se não houver resposta, o óbito será oficialmente declarado. Depois, o camerlengo retira o “Anel do Pescador” da mão do papa e o destrói com um martelo, simbolizando o fim do papado. O quarto do papa também é fechado e selado.

    O corpo do pontífice é colocado em um caixão de madeira com revestimento de zinco e levado para a Basílica de São Pedro, onde será velado. Francisco também determinou que o próprio caixão fosse mais simples. Antigamente, o papa era colocado em três caixões, feitos de cipreste, chumbo e carvalho. Agora, a urna terá apenas uma estrutura de madeira revestida por zinco.

    Pelas regras da Igreja, o enterro do papa deve ocorrer entre quatro e seis dias após a morte. Francisco pediu para ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, em vez da Basílica de São Pedro.

    Missas serão celebradas por nove dias consecutivos, seguindo a tradição dos “novendiales“, um período de luto e oração pela alma do papa.

    A escolha do novo líder da Igreja Católica começa entre 15 e 20 dias após a morte do papa. Durante esse período, o Vaticano convoca o chamado Colégio dos Cardeais, com religiosos do mundo inteiro. Atualmente, 252 cardeais integram esse grupo, incluindo oito brasileiros. E, desse grupo, 138 cardeais com menos de 80 anos estão aptos a participar da eleição do novo papa, sendo sete brasileiros.

    Antes do início da votação para eleger um novo papa, chamada de Conclave, o Colégio dos Cardeais participa de reuniões chamadas “Congregações Gerais”. Nesses encontros, os religiosos votam para decidir questões governamentais da Igreja. As congregações ocorrem diariamente e começam antes mesmo do fim dos novendiales, período de nove dias de missas em memória do papa falecido.

    Uma das primeiras decisões tomadas nesses encontros é o estabelecimento do dia, da hora e do modo como o corpo do papa será levado para a Basílica de São Pedro para ser exposto aos fiéis. Os cardeais também organizam os detalhes do Conclave e auxiliam na preparação dos ambientes de votação e dos aposentos para acomodar os religiosos, além de definir a data para o início da eleição. Entenda o processo de escolha do novo Papa após a morte de Francisco.

    Após a morte do papa, o governo fica confiado ao camerlengo, que é responsável pela administração dos bens e do Tesouro do Vaticano. Entre as funções do camerlengo está a organização da transição durante a Sé Vacante, o período em que a Igreja Católica fica sem um pontífice. Ele também é responsável por atestar a morte do papa e assumirá temporariamente o Palácio Apostólico, residência oficial do papa.

    Enquanto o camerlengo mantém a autoridade administrativa, cabe ao Colégio dos Cardeais discutir assuntos comuns ou inadiáveis da Igreja. O Colégio dos Cardeais fica impedido de fazer mudanças profundas na estrutura da Igreja Católica, como a alteração ou correção de leis determinadas pelos papas.

    Além disso, quando o papa morre, quase todos os religiosos que ocupam cargos na cúpula do Vaticano deixam suas funções, como o Cardeal Secretário de Estado e os responsáveis pelos departamentos do governo, chamados de Dicastérios da Cúria Romana.

    Continuam no cargo, além do camerlengo:

    • O Penitenciário-Mor, responsável pelo Supremo Tribunal;
    • O Cardeal Vigário-Geral para a Diocese de Roma, responsável por administrar a diocese do papa;
    • O Cardeal Arcipreste da Basílica do Vaticano, responsável pelo templo;
    • O Vigário-Geral para a Cidade do Vaticano, que supervisiona a assistência pastoral dentro do território vaticano.
    • O Esmoleiro Apostólico, que exerce a caridade para os pobres em nome do papa.

    A palavra “conclave” vem do latim cum clavis e significa “fechado à chave”. É por meio dele que a Igreja Católica elege o novo papa. Durante os dias de eleição, cardeais do mundo todo ficam fechados dentro do Vaticano, em uma área conhecida como “zona de Conclave”. Eles também fazem um juramento de segredo absoluto sobre o processo.

    Atualmente, 138 cardeais com menos de 80 anos estão aptos a participar da eleição, sendo sete brasileiros:

    • Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, 74 anos.
    • João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília, 77 anos.
    • Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, 57 anos.
    • Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, 74 anos.
    • Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, 75 anos.
    • Jaime Spengler, presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre, 64 anos.
    • Sérgio da Rocha, Primaz do Brasil e arcebispo de Salvador, 65 anos.

    Todos os cardeais que participam da eleição ficam impedidos de utilizar qualquer meio de comunicação com o exterior. As votações acontecem dentro da Capela Sistina. Para ser eleito, um cardeal precisa receber dois terços dos votos, que são secretos e queimados após a contagem.

    Até quatro votações podem ser realizadas diariamente, sendo duas pela manhã e duas à tarde. Se, depois do terceiro dia de conclave, a Igreja continuar sem papa, uma pausa de 24 horas é feita para orações. Outra pausa pode ser convocada após mais sete votações sem um eleito. Caso haja 34 votações sem consenso, os dois mais votados da última rodada disputarão uma espécie de “segundo turno”. Ainda assim, será necessário atingir dois terços dos votos para que um deles seja eleito.

    Quando um cardeal é eleito, a Igreja questiona se ele aceita o cargo de papa. Se ele concordar, o religioso também precisa escolher um nome. Em seguida, ele é levado para um ambiente conhecido como “Sala das Lágrimas”, onde veste as vestes papais. Por fim, o novo papa é anunciado à multidão que aguarda na Praça de São Pedro. O pontífice é apresentado diretamente da sacada da Basílica, onde é proclamada a famosa frase “Habemus Papam” (“Temos um Papa”).

    Uma maneira tradicional de anunciar a escolha de um novo papa é por meio da fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina. Se for branca, significa que a Igreja tem um novo pontífice. Por outro lado, se for escura, uma nova votação será realizada.

    A fumaça é resultado da queima dos votos dos cardeais reunidos no Conclave. Para garantir a cor correta, substâncias químicas são adicionadas à combustão. Em 2013, o Vaticano esclareceu que a fumaça escura era produzida por uma mistura de clorato de potássio, antraceno e enxofre, enquanto a branca é resultado da queima de clorato de potássio, lactose e colofônio.

    A chaminé responsável pela liberação da fumaça funciona por meio de um sistema eletrônico, e os compostos químicos ficam armazenados em cartuchos específicos. Além da fumaça branca, a eleição do novo papa é confirmada pelo toque dos sinos da Basílica de São Pedro.

  • Igreja Católica: ritos fúnebres e o processo de eleição do novo Papa

    Igreja Católica: ritos fúnebres e o processo de eleição do novo Papa

    Após o falecimento do Papa Francisco, a Igreja Católica entra em um período formalmente conhecido como “Sé Vacante”. Este intervalo é marcado por ritos específicos e preparativos tanto para o funeral do pontífice quanto para a subsequente eleição de seu sucessor.

    Francisco faleceu aos 88 anos, após 12 anos de papado. Com a sua morte, parte da cúpula do governo do Vaticano perde suas funções, com as decisões mais urgentes sendo encaminhadas para o Colégio dos Cardeais.

    Durante a Sé Vacante, o Cardeal Camerlengo assume um papel de liderança, supervisionando a transição e ajudando na organização do Conclave, o encontro secreto onde o novo Papa será eleito. Atualmente, o Cardeal Kevin Joseph Farrell ocupa a posição de Camerlengo.

    Ritos e cerimônias iniciais

    O Vaticano anunciou que os ritos fúnebres de Francisco começarão nas próximas horas. Entre os eventos programados estão:

    • 14h (Horário de Brasília): Missa solene na Basílica de São João de Latrão, em Roma, conduzida pelo Cardeal Baldo Reina.
    • 15h (Horário de Brasília): Ritos finais de constatação do falecimento e a deposição do corpo no caixão, na capela privada do Papa, sob a direção do Camerlengo Farrell.

    Diferentemente da tradição, o sepultamento de Francisco ocorrerá na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, e não na Basílica de São Pedro, no Vaticano. A última vez que um Papa foi sepultado ali foi em 1903, com Leão XIII.

    Próximos passos: do funeral ao Conclave

    Os procedimentos fúnebres seguem a “Ordem das Exéquias do Sumo Pontífice”, um ritual litúrgico detalhado aprovado por Francisco em abril de 2024. O primeiro passo é a confirmação oficial da morte pelo Camerlengo, que tradicionalmente chamava o Papa pelo nome três vezes. Após a confirmação, o Camerlengo remove e destrói o “Anel do Pescador”, simbolizando o fim do papado. O aposento papal é então selado.

    O corpo é preparado em um caixão de madeira revestido de zinco e levado para a Basílica de São Pedro para o velório. Francisco determinou que tanto o caixão quanto a cerimônia fossem mais simples em comparação com seus antecessores.

    O sepultamento deve ocorrer entre quatro e seis dias após o falecimento, seguido por nove dias de missas contínuas, os chamados “novendiales“, em memória do Papa.

    O Conclave: eleição do novo Papa

    A eleição do novo Papa começa de 15 a 20 dias após a morte de Francisco. Durante este período, o Vaticano convoca o Colégio dos Cardeais, composto por religiosos de todo o mundo. Atualmente, o colégio possui 252 cardeais, dos quais 138, com menos de 80 anos, estão aptos a votar. Para entender melhor esse processo, confira este artigo sobre após a morte de Francisco, entenda o processo de escolha do novo Papa.

    Antes do Conclave, o Colégio dos Cardeais participa das “Congregações Gerais”, reuniões para discutir questões governamentais da Igreja e organizar o Conclave. Uma das primeiras decisões é definir o dia e a maneira como o corpo do Papa será exposto aos fiéis na Basílica de São Pedro.

    Governança da Igreja durante a Sé Vacante

    Durante a Sé Vacante, o Camerlengo administra os bens e o tesouro do Vaticano, enquanto o Colégio dos Cardeais discute assuntos inadiáveis da Igreja. No entanto, o Colégio está impedido de realizar mudanças estruturais profundas na Igreja.

    Com a morte do Papa, muitos dos principais funcionários do Vaticano renunciam a seus cargos, incluindo o Cardeal Secretário de Estado e chefes dos Dicastérios da Cúria Romana. Permanecem em suas funções:

    • O Penitenciário-Mor.
    • O Cardeal Vigário-Geral para a Diocese de Roma.
    • O Cardeal Arcipreste da Basílica do Vaticano.
    • O Vigário-Geral para a Cidade do Vaticano.
    • O Esmoleiro Apostólico.

    Como funciona o Conclave?

    A palavra “conclave” vem do latim cum clavis, significando “fechado à chave”. Durante o Conclave, os cardeais eleitores são isolados no Vaticano, em uma área conhecida como “zona de Conclave”, e fazem um juramento de segredo absoluto sobre o processo.

    Atualmente, 138 cardeais com menos de 80 anos são elegíveis para participar da eleição.

    Durante o período de eleição, os cardeais ficam impedidos de se comunicar com o mundo exterior para evitar influências externas na votação. As votações ocorrem na Capela Sistina, e para ser eleito, um cardeal precisa de dois terços dos votos. As cédulas são secretas e queimadas após cada votação.

    Até quatro votações podem ser realizadas por dia: duas pela manhã e duas à tarde. Após três dias de votação sem sucesso, há uma pausa de 24 horas para orações. Se após 34 votações não houver consenso, os dois cardeais mais votados disputam um “segundo turno”, ainda necessitando de dois terços dos votos para a eleição.

    Uma vez eleito, o cardeal é questionado se aceita o cargo. Se aceitar, escolhe um nome papal e veste as vestes papais na “Sala das Lágrimas”. O novo Papa é então anunciado à multidão na Praça de São Pedro com a frase “Habemus Papam” (“Temos um Papa”).

    O significado da fumaça

    A fumaça que emana da chaminé da Capela Sistina é um sinal tradicional para indicar o resultado da votação. Fumaça branca sinaliza a eleição de um novo Papa, enquanto fumaça preta indica que nenhuma decisão foi tomada e uma nova votação será realizada.

    Em 2013, o Vaticano esclareceu que a fumaça preta é produzida por uma mistura de clorato de potássio, antraceno e enxofre, enquanto a branca resulta da queima de clorato de potássio, lactose e colofônio.

    Além da fumaça branca, a eleição do novo Papa é confirmada pelo toque dos sinos da Basílica de São Pedro.

    Legado e impacto do Papa Francisco

    O Papa Francisco deixa um legado de transformação na Igreja Católica, marcado por suas declarações revolucionárias e sua defesa dos pobres e marginalizados. Suas palavras e ações tiveram um impacto significativo em diversos setores da sociedade, desde a política até a cultura. 

    Uma de suas frases mais marcantes foi proferida durante uma viagem de volta do Rio de Janeiro, em 2013, quando questionado sobre a homossexualidade, respondeu: “Se uma pessoa é gay, busca o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?“. Esta declaração, entre outras, demonstrou uma postura mais aberta e inclusiva em relação a temas controversos.

    Outras frases notáveis do Papa Francisco incluem:

    • “Como eu gostaria de uma Igreja pobre… e para os pobres.”
    • “Algumas pessoas acreditam que para sermos bons católicos temos que nos reproduzir como coelhos, mas não.”
    • “O abuso infantil é uma doença.”
    • “Em vez de justiça social, spray de pimenta.”
    • “Quem pensa em construir muros e não em construir pontes não é cristão.”
    • “Ontem, crianças foram bombardeadas. Isto não é uma guerra. É crueldade.”

    Perspectivas sobre o futuro da Igreja

    Com a morte do Papa Francisco, surgem especulações sobre quem será seu sucessor e qual rumo a Igreja Católica tomará. Frei Betto, frade dominicano, comentou que o próximo Papa “tende a ser de centro à direita”, refletindo uma safra de sacerdotes mais conservadora no Vaticano atualmente.

    Ele também destacou o legado de Francisco como defensor dos direitos humanos e dos mais vulneráveis, afirmando que “nenhum chefe de Estado na Europa era tão respeitado quanto Francisco”.

  • Vaticano em Sede Vacante: Cardeal Farrell assume após falecimento do Papa Francisco

    Vaticano em Sede Vacante: Cardeal Farrell assume após falecimento do Papa Francisco

    Com a morte do Papa Francisco, aos 88 anos, o Vaticano inicia uma série de protocolos relativos ao funeral e à eleição de um novo líder da Igreja Católica através do conclave. Este período, conhecido como Sede Vacante, transfere a administração da Sé Apostólica para o Camerlengo, um cardeal que desempenha funções semelhantes às de um assistente papal.

    O atual Camerlengo é o cardeal Kevin Farrell, um irlandês-americano que ocupa o cargo desde fevereiro de 2019, após o falecimento do cardeal francês Jean-Louis Tauran.

    Farrell tem a responsabilidade de certificar oficialmente a morte do Papa, ato que é então comunicado aos fiéis. Tradicionalmente, essa verificação envolve o Camerlengo batendo três vezes na cabeça do pontífice com um martelo de prata, enquanto pronuncia seu nome.

    As responsabilidades do Camerlengo estão detalhadas no documento Universi Dominici Gregis, uma constituição da Igreja promulgada pelo Papa João Paulo II na década de 1990.

    Além de confirmar o falecimento do pontífice, o Camerlengo lacra os aposentos e escritórios papais no Vaticano, garantindo que nada seja removido ou alterado até que o novo Papa seja eleito e empossado.

    O Camerlengo também é responsável por organizar o funeral do Papa, em colaboração com outros cardeais, especialmente se o falecido Papa não tiver deixado um plano pré-definido para este evento. Isso inclui o transporte do corpo dentro e fora do Vaticano, a prevenção de fotografias indevidas e a organização do rito fúnebre.

    É importante ressaltar que estas funções são exercidas em nome e com o consenso do Colégio dos Cardeais. O Camerlengo atua como um administrador e supervisor, assegurando que a transição para um novo pontificado ocorra de forma organizada e em conformidade com as normas estabelecidas.

    Durante a Sede Vacante, o Camerlengo administra os bens da Igreja e torna-se, interinamente, o administrador de propriedades do Vaticano, como o Palácio Apostólico, a residência oficial do pontífice, o Palácio de Latrão, a antiga residência papal, e o Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, a casa de verão do Papa.

    Garantir a condução tranquila e segura do conclave é outra atribuição do Camerlengo. O processo de eleição do novo chefe da Igreja Católica é estritamente confidencial.

    Os cardeais se reúnem na Capela Sistina a portas fechadas, e nenhum detalhe do que acontece ali pode ser divulgado, especialmente as votações. Uma inspeção prévia, supervisionada pelo Camerlengo, é realizada no local para garantir a ausência de dispositivos de gravação de áudio ou vídeo.

    Por fim, como membro do Colégio de Cardeais, o Camerlengo também tem o direito de votar na eleição do novo Papa durante o conclave. Sete cardeais brasileiros estão aptos a eleger o sucessor do Papa Francisco neste Conclave.

    Possíveis sucessores

    Com a morte do Papa Francisco, o Vaticano se prepara para eleger um novo líder da Igreja Católica. Até que isso ocorra, as decisões urgentes ficarão a cargo do Colégio dos Cardeais. A votação, conhecida como Conclave, deve começar entre 15 e 20 dias, com a participação de 138 cardeais com menos de 80 anos, incluindo sete brasileiros.

    Alguns nomes cotados para suceder Francisco incluem:

    • Jean-Marc Aveline (arcebispo de Marselha, França)
    • Cardeal Peter Erdo (Hungria)
    • Cardeal Mario Grech (secretário-geral do Sínodo dos Bispos, Malta)
    • Cardeal Juan Jose Omella (arcebispo de Barcelona, Espanha)
    • Cardeal Pietro Parolin (diplomata do Vaticano, Itália)
    • Cardeal Luis Antonio Gokim Tagle (Filipinas)
    • Cardeal Joseph Tobin (arcebispo de Newark, NJ, EUA)
    • Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson (funcionário do Vaticano, Gana)
    • Matteo Maria Zuppi (arcebispo de Bolonha, Itália)
  • Finlândia lidera ranking de felicidade, mas finlandeses preferem ‘contentamento’

    Finlândia lidera ranking de felicidade, mas finlandeses preferem ‘contentamento’

    Pelo oitavo ano consecutivo, a Finlândia encabeça o Ranking Mundial da Felicidade. Contudo, a percepção dos finlandeses sobre o que realmente define seu bem-estar vai além da simples “felicidade”. Para eles, equilíbrio, conexão com a natureza e contentamento cotidiano descrevem melhor seu estado de espírito.

    A Finlândia recebeu o título de país mais feliz do mundo pelo Relatório Mundial da Felicidade da ONU em março de 2025. As operadoras de turismo locais celebram o crescente interesse de viajantes em experimentar a versão finlandesa de felicidade.

    No entanto, visitantes não devem esperar efusividade ao chegar. A Finlândia é conhecida por sua praticidade e discrição. Muitos finlandeses se sentem honrados com o reconhecimento, mas acreditam que “contentamento”, “realização” ou “satisfação com a vida” seriam termos mais adequados.

    O presidente finlandês Alexander Stubb comentou em sua página no Facebook: “Ninguém consegue ser feliz o tempo todo, e às vezes as circunstâncias dificultam isso. Mas acertar no básico – segurança, liberdade e igualdade – é um bom começo.”

    Elementos da felicidade finlandesa

    Teemu Ahola, diretor de operações internacionais da Visit Finland, resume a felicidade finlandesa em cinco elementos:

    Para experimentar a autêntica vida finlandesa, Ahola sugere:

    • Cultura da sauna: Uma experiência profundamente enraizada na cultura finlandesa.
    • Segurança: A Finlândia é um país seguro, com poucos riscos para os turistas.
    • Gastronomia: Uma nova geração de chefs finlandeses tem despertado interesse internacional.

    A Finlândia abriga o restaurante com estrela Michelin mais ao norte do mundo, o Tapio, em Ruka-Kuusamo. A região de Saimaa Lakeland foi nomeada Região Europeia de Gastronomia em 2024.

    Muitos restaurantes em Helsinque celebram os recursos naturais comestíveis do país, como cogumelos, frutas vermelhas, peixes e caça, acessíveis a todos através do “Direito de Todos”. 

    Conexão com a natureza

    Helsinque oferece fácil acesso à natureza, com ciclovias costeiras e o Central Park, um cinturão de floresta que se estende do centro da cidade até a periferia.

    A região de Saimaa Lakeland, no leste da Finlândia, oferece atividades como banhos de floresta (shinrin-yoku), saunas tradicionais à beira de lagos, natação em águas selvagens, passeios de coleta de cogumelos e culinária em fogueiras.

    Mari Ahonen, especialista em saúde mental e guia na SaimaaLife, defende o equilíbrio mental que a natureza e o estilo de vida finlandeses oferecem.

    Nós, finlandeses, podemos ser modestos demais“, diz ela. “Deveríamos encarar o status de Felicidade Mundial de forma positiva. Algumas pessoas dizem que é uma loteria ter nascido na Finlândia.”

    Essa “loteria” se traduz em satisfação, equilíbrio e conforto material. No entanto, isso não significa falta de ambição. A Finlândia é o berço de empresas inovadoras como Nokia, Fiskars e Marimekko.

    Resiliência finlandesa (Sisu)

    A Finlândia também enfrenta desafios econômicos e climáticos. A resiliência finlandesa, ou *sisu*, permite que a população enfrente os desafios em conjunto.

    Katja Pantzar, autora finlandesa-canadense, observa que os países nórdicos com sistemas de bem-estar social robustos se destacam no Relatório Mundial da Felicidade.

    Na Finlândia, a felicidade cotidiana está ao alcance de todos, seja na natureza, saunas, bibliotecas públicas, transporte público eficiente, água potável gratuita, educação ou saúde.

    A terapia de contraste – saunas quentes seguidas de mergulhos frios – é um costume diário que melhora o humor.

    Apesar do ceticismo de alguns, a maioria dos finlandeses valoriza o que tem. Como diz a aposentada Juha Roiha: “Na Finlândia, às vezes, você pode ouvir as pessoas dizerem que seriam mais felizes em outro lugar. Mas, dentro de nós mesmos, com o que temos, somos felizes.”