Pedro Lucas declina convite para Ministério das Comunicações e prioriza liderança no União Brasil

Pedro Lucas declina convite para Ministério das Comunicações e prioriza liderança no União Brasil
Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

Em uma reviravolta na composição ministerial, o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) recusou formalmente o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o cargo de ministro das Comunicações. A decisão, anunciada nessa terça-feira (22), frustra as expectativas do governo e levanta questões sobre a relação entre o Palácio do Planalto e o União Brasil.

A indicação de Pedro Lucas havia sido divulgada pela ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Gleisi Hoffmann, após uma reunião entre o deputado e o presidente Lula. A expectativa era de que ele substituísse Juscelino Filho, que se afastou do cargo em meio a denúncias. Curiosamente, antes desse anúncio, já havia a expectativa de que Pedro Lucas assumiria o Ministério das Comunicações.

Em comunicado oficial, Pedro Lucas justificou sua decisão, afirmando que pode contribuir de forma mais efetiva para o país e para o governo exercendo sua função como líder da bancada do União Brasil na Câmara dos Deputados. “Sou líder de um partido plural, com uma bancada diversa e compromissada com o Brasil. Tenho plena convicção de que, neste momento, posso contribuir mais com o país e com o próprio governo na função que exerço na Câmara dos Deputados”, declarou.

O deputado ressaltou que a liderança partidária lhe permite dialogar com diferentes forças políticas, construir consensos e auxiliar na formação de maiorias em pautas cruciais para o desenvolvimento nacional. Ele também expressou seu agradecimento ao presidente Lula pelo convite, pedindo desculpas pela recusa.

A decisão de Pedro Lucas foi tomada após intensas discussões internas no União Brasil, incluindo reuniões com o presidente do partido, Antônio Rueda, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Segundo fontes do partido, pesou na decisão o clima de instabilidade interna que poderia surgir com sua saída da liderança na Câmara e a divergência sobre o grau de proximidade que o partido deve manter com o governo. 

Nos bastidores, figuras do governo manifestaram descontentamento com a recusa, considerando-a um gesto desrespeitoso que pode levar a uma reavaliação do espaço de participação do União Brasil na gestão federal. Havia uma crescente preocupação de que a saída de Pedro Lucas da liderança pudesse desencadear uma nova disputa interna e, potencialmente, resultar na eleição de um parlamentar de oposição ao governo.

A escolha inicial de Pedro Lucas para a liderança já havia gerado divisões dentro do partido, com outros nomes também sendo considerados para o cargo. A tensão interna ficou evidente em declarações de Leur Lomanto Júnior (União-BA), que alertou para o risco de o partido voltar a ser alvo de críticas devido à desunião interna.

A recusa de Pedro Lucas em assumir o Ministério das Comunicações abre um novo capítulo na relação entre o governo e o União Brasil, e o Palácio do Planalto agora precisa buscar alternativas para preencher a vaga e garantir a governabilidade no Congresso Nacional.

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