Justiça

MPSP apoia uso prioritário de câmeras corporais pela PM em operações de alto risco

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) manifestou-se favoravelmente ao uso prioritário de câmeras corporais por policiais militares em operações com alto potencial de risco, especialmente em comunidades vulneráveis. O parecer foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) após solicitação do presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, que buscava um posicionamento do MP sobre o pedido do governo paulista para restringir o uso dos equipamentos a operações de grande porte.

Segundo a Polícia Militar, a corporação dispõe de 10 mil câmeras, enquanto seu efetivo é composto por cerca de 80 mil policiais. O MPSP considera razoável, diante da atual falta de equipamentos, que as câmeras sejam alocadas prioritariamente em operações específicas, como a Operação Verão, que se estende de dezembro de 2024 a janeiro de 2025. O órgão ressaltou, entretanto, que a prioridade deve ser dada a operações em áreas de vulnerabilidade ou com alto potencial de danos colaterais.

Priorização do Uso

Em parecer, o MPSP declarou:

“Sem prejuízo das ações durante a Operação Verão, que ocorrerá entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, deve a Polícia Militar do estado de São Paulo priorizar a alocação das câmeras corporais nas operações policiais com incursões em comunidades vulneráveis ou em situação com grande potencialidade de danos colaterais.”

A Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo, em ofício enviado ao STF na quarta-feira (19), argumentou que a interpretação do ministro Barroso sobre a obrigatoriedade do uso de câmeras em todas as operações policiais seria excessivamente ampla. A procuradoria alega que nem todas as operações envolvem riscos de confronto, o que inviabilizaria o uso generalizado dos equipamentos dada a desproporção entre o número de policiais e câmeras disponíveis. De acordo com o governo estadual, o efetivo policial atua em 645 municípios, e o estado possui apenas 10.125 câmeras corporais portáteis.

Histórico da Decisão

O governo de São Paulo havia se comprometido com o STF, em abril deste ano, a implementar o uso de câmeras corporais nas operações policiais, apresentando um cronograma para tal. Em setembro, a assinatura de contrato com a empresa Motorola para a compra de 12 mil câmeras corporais foi anunciada, mas o modelo adquirido foi alvo de críticas por prever o acionamento das gravações tanto pelo policial quanto por uma central de operações. Essa possibilidade de interrupção da gravação durante as operações foi criticada por entidades de direitos humanos, que defendem a gravação ininterrupta para maior transparência.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) argumenta que outras funcionalidades, como o acionamento automático via software e acionamento remoto pelo Centro de Operações da PM (Copom), compensariam essa característica do modelo. A Defensoria Pública de São Paulo e entidades de direitos humanos, já em maio, haviam solicitado mudanças no edital de compra.

Em junho, Barroso indeferiu o pedido inicial, mas determinou que o governo de São Paulo seguisse os parâmetros do Ministério da Justiça e Segurança Pública na licitação. Em seguida, a Defensoria Pública pediu a reconsideração da decisão. Na segunda-feira (9), foi proferida a decisão que obriga o uso das câmeras.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: [email protected]

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