Tramita na Câmara dos Deputados uma proposta que pode alterar as regras para titulares de cartórios em todo o país. O projeto de lei em análise busca permitir que esses profissionais acumulem suas funções com cargos públicos ou atividades no magistério. Atualmente, a legislação impõe restrições significativas a essa prática, o que tem gerado debates no meio jurídico e político.
O cerne da discussão reside na compatibilidade entre as atividades notariais e registrais e outras ocupações no setor público. A justificativa para a mudança, segundo os propositores, é a de que o acúmulo de funções poderia trazer benefícios tanto para a administração pública quanto para o profissional, que poderia ampliar sua atuação e conhecimentos em diferentes áreas.
A proposta, contudo, ainda está em fase inicial de tramitação, e será necessário passar por diversas comissões da Câmara antes de ser levada à votação no plenário. Durante esse processo, é esperado que haja debates acalorados sobre os possíveis impactos da medida. Um dos pontos a serem analisados é se o acúmulo de funções poderia gerar conflitos de interesse ou prejudicar a qualidade dos serviços prestados tanto nos cartórios quanto nas demais atividades.
Outro aspecto relevante a ser considerado é a questão da disponibilidade de tempo para o exercício de cada função. A complexidade e a demanda dos serviços notariais e registrais já costumam exigir dedicação integral dos titulares. A possibilidade de conciliar essas atividades com um cargo público ou magistério pode gerar sobrecarga de trabalho e, consequentemente, um risco potencial de queda na qualidade dos serviços.
É importante ressaltar que a proposta não é uma garantia de acúmulo indiscriminado de funções. As novas regras, caso aprovadas, deverão estabelecer critérios claros e objetivos para autorizar o acúmulo de cargos, a fim de evitar possíveis distorções ou abusos. O objetivo principal da lei, segundo os defensores, é conciliar a necessidade de valorizar o trabalho dos titulares de cartórios com o interesse público.
A discussão sobre a proposta na Câmara tem gerado expectativa entre os profissionais do setor e despertado a atenção de entidades de classe e associações ligadas ao direito notarial e registral. A análise do projeto também passará pelo crivo da sociedade civil, que poderá se manifestar sobre os possíveis impactos da medida por meio de audiências públicas e outros instrumentos de participação democrática.
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