A Rappi anunciou a isenção de taxas para todos os restaurantes, tanto novos quanto parceiros já existentes com cadastros ativos, pelos próximos três anos. A medida representa 40% de um investimento total de R$ 1,4 bilhão que a empresa planeja realizar no Brasil até 2027.
O objetivo principal dessa estratégia é ambicioso: dobrar o número de restaurantes cadastrados na plataforma ainda em 2025, elevando o total para mais de 60 mil estabelecimentos. Atualmente, a Rappi conta com 30 mil restaurantes em sua base.
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Até então, os restaurantes que utilizam a plataforma Rappi para vendas e realizam as próprias entregas arcavam com uma taxa de intermediação de aproximadamente 15% sobre o valor de cada pedido. Para os restaurantes que utilizam tanto a plataforma de vendas quanto o serviço de entrega da Rappi, a taxa era de cerca de 23% sobre o pedido.
A Rappi estima que a isenção total de taxas estará implementada até 31 de julho. Como contrapartida pela gratuidade, a empresa exige que os restaurantes parceiros comercializem seus produtos com os menores preços possíveis, eliminando a prática comum de inflacionar os cardápios no aplicativo para compensar as taxas.
Reação do mercado e competição acirrada
A iniciativa da Rappi ocorre em um momento de crescente competitividade no mercado de delivery brasileiro. Recentemente, a 99Food também anunciou a isenção de taxas e comissões para restaurantes que desejam integrar sua plataforma.
Segundo dados da Rappi, a vertical de restaurantes representa atualmente 20% do volume total de negócios da empresa. No entanto, a categoria é considerada a principal porta de entrada para novos usuários na plataforma, responsável por 80% dos cadastros orgânicos.
A Rappi oferece uma ampla gama de serviços, conectando clientes e entregadores a estabelecimentos de diversos segmentos, como farmácias, pet shops, lojas de roupas, decoração, tecnologia, livrarias, papelarias e até sex shops. A empresa também oferece serviços como entrega de dinheiro em espécie e pacotes de viagem.
Em comunicado, a Rappi expressou a expectativa de que a nova política de preços impulsione o volume de pedidos no aplicativo, aumentando as vendas dos parceiros sem comprometer suas margens de lucro. A ação conta com o apoio da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), que estima que cerca de 78% dos restaurantes no país já utilizam serviços de delivery.
Outros investimentos da Rappi no Brasil
Além da isenção de tarifas, a Rappi destinará 28% do investimento de R$ 1,4 bilhão para o Rappi Turbo, serviço de entregas ultrarrápidas. Os 32% restantes serão direcionados para processos operacionais, com foco em eficiência logística e experiência do usuário.
O iFood lidera o mercado de delivery de comida no Brasil, detendo cerca de 80% de participação. No entanto, a concorrência está aumentando com a chegada de novos players. A 99Food retornou ao mercado brasileiro em abril de 2025 com uma proposta de isenção de taxas para restaurantes.
Bruno Rossini, diretor sênior da 99, afirmou que a proposta da empresa é um novo padrão, devolvendo o controle do mercado para quem cozinha e quem entrega. O Grupo Didi, controlador da 99, anunciou um investimento de R$ 1 bilhão no Brasil em 2025, com o objetivo de transformar a 99 em um super-app, integrando diversos serviços como mobilidade, pagamentos e delivery de comida.
Há também rumores sobre a possível chegada da Meituan ao mercado brasileiro, outra empresa chinesa que oferece um super-app com serviços de entrega e outros segmentos.
O setor de delivery enfrenta desafios, incluindo as demandas dos entregadores por melhores condições de trabalho. Em março de 2025, a categoria realizou uma greve nacional, levando o iFood a anunciar um ajuste no valor pago aos entregadores.