O senador Rogério Marinho (PL) reiterou o nome de Jair Bolsonaro como a principal aposta do Partido Liberal para a disputa presidencial de 2026. Marinho destacou que a legenda trabalha com a expectativa de reverter a inelegibilidade do ex-presidente, afastando, ao menos por ora, a discussão sobre alternativas.
“Nosso candidato é Bolsonaro. Temos o A, o B e o C. O A é Jair, o B é Messias e o C é Bolsonaro“, declarou o senador, buscando dissipar quaisquer dúvidas sobre a preferência do PL.
Apesar de reconhecer a existência de outros nomes relevantes no campo da direita, como os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG) e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Marinho destacou o diferencial de Bolsonaro. Recentemente, Ronaldo Caiado anunciou pré-candidatura à Presidência com apoio de Gusttavo Lima, acirrando ainda mais o cenário político.
“Tarcísio, por exemplo, fez um trabalho extraordinário como ministro da Infraestrutura. Mas a direita liberal e conservadora tem vários quadros. O que diferencia Bolsonaro é a conexão direta que ele tem com o povo“, afirmou. O senador argumenta que Bolsonaro mantém um forte apoio popular, mesmo diante das investigações e da inelegibilidade imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Inclusive, uma pesquisa Consult aponta Bolsonaro à frente de Lula no RN para 2026, demonstrando a força do ex-presidente na região Nordeste.
“Aonde ele vai, há uma recepção calorosa. Ele representa um modelo de governo que rompeu com o aparelhamento do Estado e a corrupção“, completou Marinho.
Paralelamente, o senador teceu críticas ao governo Lula, acusando-o de aumentar gastos públicos e impostos de forma irresponsável, sem conseguir impulsionar a recuperação econômica. Segundo Marinho, o governo petista busca “perpetuar um projeto de poder“.
Em relação ao cenário eleitoral, Marinho admitiu que o PL considerará alternativas caso Bolsonaro seja impedido de concorrer. No entanto, ressaltou que a prioridade é a candidatura do ex-presidente. “Vamos aguardar a tramitação em juízo. Bolsonaro tem maturidade para tomar a melhor decisão no momento oportuno“, concluiu.
Em outra frente, o senador Rogério Marinho, que também é líder da oposição no Senado, classificou o processo contra Jair Bolsonaro como “contaminado”. Em entrevista, ele questionou a imparcialidade do julgamento e afirmou que há um direcionamento para a condenação do ex-presidente.
De acordo com o senador, o STF demonstra pressa para concluir o caso ainda em 2025 para evitar repercussões eleitorais em 2026. “Onde está o devido processo legal? Onde está a ampla defesa? Tudo isso está atrelado à conveniência política de ministros do Supremo Tribunal Federal”, disse Rogério, criticando o que chamou de interferência indevida no processo.
Rogério também contestou o foro do julgamento, argumentando que Bolsonaro deveria ser julgado em primeira instância, como ocorreu com ex-presidentes como Lula, Temer e Fernando Henrique Cardoso. “O próprio Barroso, que hoje preside o STF, foi o relator da decisão que restringiu o foro privilegiado. Mas, no caso de Bolsonaro, essa regra foi ignorada”, afirmou.
O senador apontou ainda que a denúncia contra Bolsonaro está fundamentada em uma delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, que, segundo ele, foi obtida sob pressão. Rogério destacou que Cid e seus familiares teriam sido coagidos e que a defesa de Bolsonaro não teve acesso integral ao material da acusação.
Rogério também criticou a mudança de regras ao longo do processo. Ele lembrou que o caso passou a ser julgado por uma turma do STF, em vez do plenário, e que Alexandre de Moraes, relator da ação, já havia manifestado opinião sobre os fatos antes do julgamento. “Se ele é vítima, como pode ser juiz?”, questionou.
Para o líder do PL no Senado, há um duplo padrão em relação ao 8 de janeiro. Ele comparou as penas aplicadas aos manifestantes com os casos de vandalismo em protestos da esquerda, sugerindo que há perseguição política. “Pessoas estão sendo condenadas a 17 anos de prisão por depredação de prédios públicos. Isso nunca aconteceu com manifestantes de esquerda que cometeram atos semelhantes”, disse.
Rogério defendeu que o Judiciário atue com isenção. “Nós defendemos o STF, defendemos a Constituição, defendemos a separação dos poderes. O que nos preocupa é a forma como esse julgamento está se dando”, concluiu.
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