A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por envolvimento em uma suposta trama golpista, investigada pela Polícia Federal (PF), provocou uma onda de reações de seus aliados e de figuras do meio militar. A acusação, que envolve também outros 33 indivíduos, incluindo 24 militares, reacendeu o debate político e jurídico em torno dos eventos que se seguiram às eleições de 2022.
Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, minimizou a surpresa com a denúncia, alegando que a imprensa já havia antecipado o caso através de “vazamentos seletivos”. Marinho reafirmou a convicção na inocência de Bolsonaro e apelou por um processo judicial justo, com respeito aos princípios do contraditório e da ampla defesa.
Flávio Bolsonaro (PL-RJ), senador e filho do ex-presidente, criticou a PGR, acusando-a de subserviência ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, e de atender aos interesses do presidente Lula. Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara, classificou a acusação como “midiática e ideológica”, argumentando a ausência de provas concretas que sustentem a acusação de tentativa de golpe. Bolsonaro nega tentativa de golpe e busca reverter inelegibilidade.
Ciro Nogueira (PP), presidente nacional do Progressistas, defendeu Bolsonaro, descrevendo-o como “um homem honesto, de bem e inocente”. O senador Jorge Seif (PL-SC) ecoou o sentimento de perseguição, alegando que a denúncia visa silenciar a oposição em meio à queda de popularidade do governo Lula.
Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do Partido Liberal na Câmara, expressou indignação, afirmando que a denúncia é uma “GUERRA POLÍTICA” para calar a direita brasileira. #Bolsonaro2026.
Militares denunciados
Dos 34 denunciados pela PGR, 24 são membros das Forças Armadas, incluindo seis generais e um almirante. A lista inclui nomes de destaque, alguns já envolvidos em outras investigações:
- Ailton Gonçalves Moraes Barros: Major reformado do Exército, já investigado por fraudes em cartões de vacinação.
- Almir Garnier: Almirante de esquadra, ex-comandante da Marinha, citado em delação premiada por suposto envolvimento em plano de golpe.
- Augusto Heleno: General e ex-ministro do GSI, defensor do golpe de 1964.
- Estevam Theophilo: General, suspeito de oferecer tropas a Bolsonaro para um possível golpe de Estado.
- Jair Messias Bolsonaro: Ex-presidente da República e militar da reserva, acusado de ter “pleno conhecimento” de plano golpista. Bolsonaro vira alvo da PGR por golpe de Estado e pode se tornar réu no STF.
- Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira: General da reserva, ex-comandante do Exército e ministro da Defesa.
- Walter Souza Braga Netto: General da reserva, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro.
Outros militares denunciados incluem coronéis, tenentes-coronéis, majores e subtenentes, com acusações que variam desde a participação em discussões sobre minutas golpistas até o envolvimento em núcleos de desinformação e ataques ao sistema eleitoral.
A denúncia da PGR e as reações que se seguiram prometem manter o tema em destaque no cenário político e jurídico do país, com possíveis desdobramentos nos próximos meses.
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