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Comitê da Câmara dos EUA aprova projeto que pode impedir entrada de Alexandre de Moraes no país

O Comitê Judiciário da Câmara dos Estados Unidos avançou com um projeto de lei que pode barrar a entrada do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em território americano. A proposta, intitulada “Sem Censores em Nosso Território“, foi debatida e aprovada pelo comitê nesta quarta-feira (26).

O texto visa proibir a entrada ou deportar qualquer indivíduo considerado um “agente estrangeiro que infrinja o direito de liberdade de expressão ao censurar cidadãos dos Estados Unidos em solo americano“. Na prática, o projeto foi aprovado por um comitê da Câmara dos EUA que equivale à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados no Brasil. Agora, a proposta seguirá para votação no plenário da Casa.

Para se tornar lei, o projeto precisa ser aprovado por maioria simples tanto na Câmara quanto no Senado dos EUA. Atualmente, ambas as casas são controladas pelo Partido Republicano, que apoia a medida. Também será necessária a sanção do presidente Donald Trump. Há algumas semanas, Trump ameaça impor tarifas de até 100% a países do Brics que criarem moeda própria.

A proposta foi apresentada pelos deputados republicanos Maria Elvira Salazar e Darrell Issa. Embora não mencione diretamente Alexandre de Moraes, Issa já havia declarado que se tratava de uma resposta às decisões do STF no Brasil, especialmente após a suspensão do X (antigo Twitter) no país por determinação de Moraes.

Salazar afirmou que Moraes promoveu um “ataque internacional à liberdade de expressão contra cidadãos americanos, como Elon Musk“, proprietário do X.

Após a aprovação no Comitê, o Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA publicou um comunicado nas redes sociais, afirmando que “o respeito à soberania é uma via de mão dupla entre os Estados Unidos e parceiros, incluindo o Brasil“.

O comunicado prossegue, afirmando que “Bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos EUA por se recusarem a censurar indivíduos que lá vivem é incompatível com os valores democráticos“, a publicação foi repostada pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil.

O ministro Alexandre de Moraes não se manifestou sobre o assunto até o momento. Recentemente, a Conta de Alexandre de Moraes no X (antigo Twitter) está desativada.


Em paralelo, o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) avalia responder à postagem do governo americano que menciona o Brasil e faz uma alusão indireta ao ministro Alexandre de Moraes. O chanceler Mauro Vieira se reuniu com assessores para debater o assunto.

O Itamaraty já atua nos bastidores do poder nos Estados Unidos desde novembro, após a eleição de Donald Trump, e enfrenta um lobby da família Bolsonaro e opositores que pedem retaliação a decisões do Supremo no Brasil.

Nesta quarta-feira (26), um órgão ligado ao Departamento de Estado dos EUA criticou o bloqueio de redes sociais americanas por parte das autoridades brasileiras, em alusão à decisão de Moraes em relação à plataforma Rumble.

A Embaixada dos EUA no Brasil reproduziu o texto na rede social X. Essa é a primeira manifestação de um órgão de Estado dos EUA sobre o caso.

O Rumble é uma plataforma de vídeos popular entre conservadores nos EUA. A rede apresentou à Justiça dos Estados Unidos uma ação contra o ministro Alexandre de Moraes, em conjunto com o grupo de comunicação Trump Media & Technology Group, de Donald Trump.

As empresas acusam Moraes de censura e pedem que ordens feitas pelo ministro contra o Rumble no Brasil fossem derrubadas e que não tivessem efeito legal nos Estados Unidos.

A Justiça americana rejeitou o pedido em decisão liminar, sem analisar o mérito do caso, alegando falhas na entrega de documentação e questões de jurisdição a serem analisadas.

No processo, o Rumble e a empresa de Trump alegam que a ação foi motivada pelo bloqueio de uma série de usuários, incluindo o blogueiro Allan dos Santos, considerado foragido pelo STF após Alexandre de Moraes determinar sua prisão.

 

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: [email protected]

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