Em um esforço para mitigar o impacto das recentes tarifas impostas pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a China buscou o apoio do Japão. O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, enviou uma carta ao seu homólogo japonês, Shigeru Ishiba, propondo uma resposta coordenada contra as medidas tarifárias americanas.
A agência de notícias japonesa Kyodo divulgou a informação nesta terça-feira (22), citando fontes do governo japonês. Na carta, entregue através da embaixada chinesa em Tóquio, Li Qiang enfatizou a importância de “combater o protecionismo juntos“.
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O movimento ocorre em um momento de crescente tensão comercial global. Pequim já havia alertado outros países sobre a celebração de acordos econômicos com os Estados Unidos que pudessem prejudicar os interesses chineses. Um porta-voz do Ministério do Comércio chinês declarou na segunda-feira (21) que a China irá retaliar contra nações que priorizarem acordos com os EUA em detrimento de seus próprios interesses.
“A China respeita todas as partes que buscam resolver diferenças econômicas e comerciais com os Estados Unidos por meio de consultas em pé de igualdade, mas se oporá firmemente a qualquer parte que tente fechar um acordo em detrimento da China“, afirmou o porta-voz. “Pequim tomará contramedidas de forma resoluta e recíproca se qualquer país buscar esse tipo de acordo.”
O Japão, um aliado próximo dos Estados Unidos, também foi alvo das tarifas de Trump e iniciou negociações bilaterais para tentar resolver a questão. As relações entre China e Japão têm sido historicamente tensas devido a disputas territoriais e comerciais.
A China expressou sua oposição ao que considera um abuso das tarifas por parte dos Estados Unidos, que, segundo Pequim, forçam outros países a negociarem “tarifas recíprocas” sob a ameaça de sanções.
No início de abril, Trump detalhou uma tabela de tarifas que variavam de 10% a 50% sobre produtos de mais de 180 países. Em resposta, a China impôs tarifas extras de 34% sobre todas as importações americanas.
A escalada da guerra tarifária sino-americana levou a uma série de retaliações mútuas. Em um determinado momento, a Casa Branca chegou a anunciar tarifas de até 245% sobre produtos chineses, o que gerou confusão e levou a uma atualização do documento oficial para esclarecer que a taxa seria aplicada sobre produtos específicos. É importante notar que, mesmo em meio a tensões, algumas empresas encontraram formas de contornar as tarifas, como a Apple burlando tarifas de Trump com iPhones fabricados na Índia.
A atenção se concentra em setores estratégicos para a China, como tecnologia da informação, fabricação de máquinas automatizadas e robótica, veículos de nova energia, equipamento de aviação e voo espacial.
Em relação às tarifas de 245%, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, respondeu a jornalistas locais que “podem perguntar ao lado americano o valor específico das tarifas”, reafirmando que a China manterá sua posição.
Diante deste cenário de incertezas e tensões comerciais, a China busca fortalecer alianças estratégicas para enfrentar os desafios impostos pelas políticas comerciais americanas. O presidente Lula e Xi Jinping se reunirão em maio, para discutir possíveis acordos e soluções.