Educação

Crescimento da frequência escolar infantil: IBGE aponta avanços e desafios

Uma pesquisa recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em 04/12/2024, revela um aumento na frequência escolar de crianças brasileiras, embora os dados ainda estejam aquém das metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação (PNE).

Entre as crianças de 0 a 3 anos, houve um crescimento significativo na frequência de creches e escolas, passando de 36% em 2022 para 38,7% em 2023. Para a faixa etária de 4 e 5 anos, onde a matrícula escolar já é obrigatória, a taxa de frequência subiu de 91,5% para 92,9% no mesmo período. Apesar do progresso, a meta do PNE atual, que prevê 50% das crianças de 0 a 3 anos matriculadas, permanece distante.

Desigualdade regional: A pesquisa destaca a disparidade entre as regiões brasileiras. Enquanto o Sul (45,6%) e o Sudeste (45,5%) apresentam os maiores índices de frequência escolar para crianças de 0 a 3 anos, a região Norte registra apenas 20,9%. Para crianças de 4 e 5 anos, o Sudeste (94,5%) e o Nordeste (94,4%) lideram, enquanto o Norte, apesar de um crescimento de 3,7 pontos percentuais entre 2022 e 2023 (de 82,8% para 86,5%), continua abaixo da média nacional.

Rede privada x rede pública: O estudo também analisou a participação da rede privada no atendimento às crianças de 0 a 3 anos, constatando que 19,5% frequentam instituições privadas. Essa porcentagem varia significativamente entre os estados, com 38,3% no Rio de Janeiro e Distrito Federal e apenas 7,4% no Tocantins e Acre.

Recuperação pós-pandemia: Para crianças de 4 e 5 anos, os dados indicam uma recuperação após a queda na frequência escolar durante a pandemia de Covid-19. Em 2019, antes da pandemia, 92,7% das crianças dessa faixa etária estavam matriculadas. Embora tenha havido uma queda para 91,5% em 2022, a taxa voltou a subir em 2023, atingindo 92,9%. No entanto, a meta do PNE de 100% ainda não foi alcançada.

Ensino Fundamental: Para crianças de 6 a 14 anos, a frequência escolar se manteve alta, em 99,4%, demonstrando a praticamente universalização do acesso a essa etapa de ensino. No entanto, o acesso à série adequada à idade demonstra dificuldades: em 2019, 97,1% das crianças de 6 a 14 anos estavam na série correta, enquanto em 2023 esse índice caiu para 94,6%, sinalizando o impacto da pandemia na continuidade dos estudos.

Motivos para a não frequência escolar: A pesquisa também investigou as razões para a não frequência escolar. Entre as crianças de 0 a 3 anos, 60,7% não estavam matriculadas por opção dos pais ou responsáveis, um aumento de 3,6 pontos percentuais em relação a 2022. Em 34,7% dos casos, a falta de vagas (8,7%), a inexistência de escolas, insegurança, ou problemas de transporte contribuíram para a não matrícula. Para crianças de 4 e 5 anos, a opção dos pais ou responsáveis foi o motivo em 47,4% dos casos, um aumento de 7,6 pontos percentuais em comparação com 2022.

Abandono escolar: O estudo também aborda o abandono escolar entre jovens de 15 a 29 anos. Em 2023, cerca de 9,1 milhões de jovens abandonaram os estudos antes de concluir a educação básica. A principal razão apontada para o abandono escolar entre os homens foi a necessidade de trabalhar (53,5%), seguida pela falta de interesse (25,5%). Entre as mulheres, a necessidade de trabalhar (25,5%) e a falta de interesse (20,9%) também foram citadas, além da gravidez (23,1%) e afazeres domésticos (9,5%). O analista do IBGE, Bruno Mandelli Perez, observa que, em muitos casos, a interrupção dos estudos se dá por um motivo inicial e posteriormente se torna mais difícil o retorno.

Conclusão do Ensino Médio: A pesquisa revela que 40,1% das pessoas de 25 a 64 anos não concluíram o ensino médio em 2023, um índice mais que o dobro da média da OCDE (19,8%).

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: [email protected]

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