Um levantamento realizado pelo NetLab da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) revelou que golpistas têm se aproveitado da disseminação de notícias falsas sobre o sistema de pagamentos PIX para impulsionar anúncios fraudulentos nas redes sociais. A pesquisa identificou 1.770 anúncios falsos veiculados, principalmente na plataforma da Meta (empresa que controla WhatsApp, Facebook e Instagram).
O estudo focou no período de 10 a 21 de janeiro, logo após a Receita Federal ampliar as normas de fiscalização sobre o PIX, medida que gerou uma onda de desinformação e posteriormente foi revogada. Os criminosos utilizaram esse cenário para criar narrativas falsas, convencendo vítimas de que seus recursos poderiam ser alvo de taxação pelo governo.
É importante estar atento, pois recentemente foi divulgada uma nova campanha de golpe no WhatsApp rouba credenciais bancárias, e a prevenção é sempre a melhor forma de se proteger.
Inteligência artificial e páginas falsas
De acordo com o NetLab, 70% das postagens fraudulentas continham algum tipo de adulteração feita com inteligência artificial, incluindo vídeos manipulados de figuras públicas como políticos e jornalistas. Além disso, cerca de 40% dos anúncios redirecionavam os usuários para páginas falsas, que simulavam sites de instituições públicas e exibiam logotipos de órgãos como a Caixa e o Banco Central.
Uma parcela significativa dessas páginas (81,7%) promovia falsamente o serviço de Valores a Receber do Banco Central, que auxilia na recuperação de dinheiro esquecido em instituições financeiras. Para evitar cair em golpes, é crucial verificar sempre a autenticidade dos canais de atendimento, como o INSS alerta segurados sobre golpes e canais de atendimento oficiais.
O estudo do NetLab aponta para a fragilidade nos processos de verificação de anunciantes da Meta, permitindo que páginas fraudulentas veiculassem anúncios em nome do governo. Segundo o estudo, “o fato de estas páginas terem obtido a permissão para veicular anúncios em nome do governo evidencia as fragilidades dos processos de verificação de anunciantes da Meta“.
Alcance dos golpes
Os conteúdos fraudulentos foram criados por 151 anunciantes e direcionavam para 87 sites diferentes. A utilização de ferramentas de marketing da Meta permitiu que os anúncios fossem segmentados de acordo com critérios demográficos, geográficos e de interesse dos usuários, maximizando o alcance das fraudes.
O NetLab justifica o foco nas redes sociais da Meta pela disponibilidade de uma Biblioteca de Anúncios que permite a busca e análise de anúncios ativos nas plataformas. No entanto, o grupo da UFRJ critica a falta de transparência da empresa em relação aos dados e a falta de controle e segurança contra publicidade enganosa, o que torna as plataformas ambientes propícios a crimes digitais, especialmente em países do Sul Global.
Procurada, a Meta informou que está constantemente aprimorando sua tecnologia para combater atividades suspeitas e que não permite atividades que tenham como objetivo enganar, fraudar ou explorar terceiros em suas plataformas. A empresa também recomendou que os usuários denunciem conteúdos que violem os Padrões da Comunidade do Facebook, as Diretrizes da Comunidade do Instagram e os Padrões de Publicidade da Meta.
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