Golpes com PIX impulsionados por ‘fake news’ crescem e utilizam IA para fraudar

Golpes com PIX impulsionados por ‘fake news’ crescem e utilizam IA para fraudar
Imagem de methodshop por Pixabay

Um levantamento realizado pelo NetLab da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) revelou que golpistas têm se aproveitado da disseminação de notícias falsas sobre o sistema de pagamentos PIX para impulsionar anúncios fraudulentos nas redes sociais. A pesquisa identificou 1.770 anúncios falsos veiculados, principalmente na plataforma da Meta (empresa que controla WhatsApp, Facebook e Instagram).

O estudo focou no período de 10 a 21 de janeiro, logo após a Receita Federal ampliar as normas de fiscalização sobre o PIX, medida que gerou uma onda de desinformação e posteriormente foi revogada. Os criminosos utilizaram esse cenário para criar narrativas falsas, convencendo vítimas de que seus recursos poderiam ser alvo de taxação pelo governo.

É importante estar atento, pois recentemente foi divulgada uma nova campanha de golpe no WhatsApp rouba credenciais bancárias, e a prevenção é sempre a melhor forma de se proteger.

Inteligência artificial e páginas falsas

De acordo com o NetLab, 70% das postagens fraudulentas continham algum tipo de adulteração feita com inteligência artificial, incluindo vídeos manipulados de figuras públicas como políticos e jornalistas. Além disso, cerca de 40% dos anúncios redirecionavam os usuários para páginas falsas, que simulavam sites de instituições públicas e exibiam logotipos de órgãos como a Caixa e o Banco Central.

Uma parcela significativa dessas páginas (81,7%) promovia falsamente o serviço de Valores a Receber do Banco Central, que auxilia na recuperação de dinheiro esquecido em instituições financeiras. Para evitar cair em golpes, é crucial verificar sempre a autenticidade dos canais de atendimento, como o INSS alerta segurados sobre golpes e canais de atendimento oficiais.

O estudo do NetLab aponta para a fragilidade nos processos de verificação de anunciantes da Meta, permitindo que páginas fraudulentas veiculassem anúncios em nome do governo. Segundo o estudo, “o fato de estas páginas terem obtido a permissão para veicular anúncios em nome do governo evidencia as fragilidades dos processos de verificação de anunciantes da Meta“.

Alcance dos golpes

Os conteúdos fraudulentos foram criados por 151 anunciantes e direcionavam para 87 sites diferentes. A utilização de ferramentas de marketing da Meta permitiu que os anúncios fossem segmentados de acordo com critérios demográficos, geográficos e de interesse dos usuários, maximizando o alcance das fraudes.

O NetLab justifica o foco nas redes sociais da Meta pela disponibilidade de uma Biblioteca de Anúncios que permite a busca e análise de anúncios ativos nas plataformas. No entanto, o grupo da UFRJ critica a falta de transparência da empresa em relação aos dados e a falta de controle e segurança contra publicidade enganosa, o que torna as plataformas ambientes propícios a crimes digitais, especialmente em países do Sul Global.

Procurada, a Meta informou que está constantemente aprimorando sua tecnologia para combater atividades suspeitas e que não permite atividades que tenham como objetivo enganar, fraudar ou explorar terceiros em suas plataformas. A empresa também recomendou que os usuários denunciem conteúdos que violem os Padrões da Comunidade do Facebook, as Diretrizes da Comunidade do Instagram e os Padrões de Publicidade da Meta.

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