Conab Aponta Queda nos Preços da Batata e Alface em Março, Enquanto Tomate e Cebola Sobem

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o 4º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), revelando uma diminuição nos preços da batata e da alface durante o mês de março. O levantamento, divulgado nesta quinta-feira (24), indica que a batata apresentou uma redução média de 5,34% nas Centrais de Abastecimento (Ceasas). Já a alface registrou uma queda ainda mais expressiva, de 8,08%.

Batata: Safra das Águas Impulsiona Queda de Preços

Segundo a Conab, a diminuição no preço da batata é uma tendência observada desde dezembro, impulsionada pela intensificação da safra das águas. Os estados de Paraná e Minas Gerais se destacaram como os principais fornecedores para os mercados. Minas Gerais respondeu por 32% do volume total comercializado, enquanto o Paraná contribuiu com 31%. A Bahia ficou em terceiro lugar, com 15%, seguida pelo Rio Grande do Sul (12%) e Santa Catarina (6%). Vale lembrar que, em 2025, a exportação de frutas brasileiras registrou alta de 26% no primeiro trimestre.

Alface: Recuo Significativo em Grandes Centros

Após um aumento em fevereiro, o preço da alface apresentou uma queda acentuada, principalmente nas Ceasas de São Paulo (-14,32%), Belo Horizonte (-21,89%) e Recife (-60,79%).

Aumento nos Preços de Tomate, Cenoura e Cebola

Em contrapartida à queda nos preços da batata e da alface, a Conab registrou um aumento nos preços de outros produtos. A cenoura teve um aumento de 3,26% em março, comparado a fevereiro. A cebola subiu 11,44%, e o tomate apresentou o maior aumento, com 41,29%. Estes aumentos podem impactar diretamente no bolso do consumidor, principalmente se considerarmos que a inflação força brasileiros a cortar gastos com alimentos e remédios.

A Conab justificou o aumento no preço da cebola pela concentração da oferta no Sul do país durante esse período. No caso da cenoura, a alta foi atribuída a uma oferta ligeiramente superior em março, 5,8% acima do volume de fevereiro. Já o aumento do tomate foi motivado pela progressiva diminuição da oferta.

“A proximidade do final da safra de verão provoca esse comportamento, com algumas áreas com escassez de tomate em ponto de colheita. A oferta em março foi 3,3% inferior à de fevereiro”, informou a Conab.

Frutas: Estabilidade com Leves Oscilações

O boletim da Conab indicou uma certa estabilidade nos preços das frutas nos mercados atacadistas analisados. Em março, a banana, a maçã e o mamão apresentaram uma tendência de queda nos preços. A laranja e a melancia, por outro lado, tiveram um leve aumento. Outro levantamento mostrou que os ingredientes do prato feito registram queda de preços em São Paulo, mas a percepção dos consumidores varia.

A banana teve uma oscilação ligeiramente negativa de 0,48%, devido à alta oferta tanto da variedade nanica quanto da prata. O mamão apresentou uma leve redução de 0,42%, enquanto a maçã teve uma queda maior, de -2,02% em março.

No caso da melancia, houve oscilação tanto nos preços quanto na comercialização, com as cotações permanecendo estáveis na média ponderada, resultando em uma variação de apenas 0,01%.

“No início do mês, os valores praticados estiveram mais elevados por causa da menor oferta da fruta, com o encaminhamento do fim da safra gaúcha e a baixa colheita da segunda parte da safra na Bahia. Já na segunda quinzena de março, a produção aumentou em São Paulo, devendo se encerrar ainda em abril, já que a safrinha é mais curta do que a produção em outras épocas do ano”, explicou a Conab.

A laranja registrou um leve aumento de 0,14%. Segundo a Conab, houve oscilação de preços e da comercialização nas Ceasas, além de uma menor qualidade das frutas, o que resultou em uma demanda industrial menor.

“Consequentemente, os preços caíram para o setor industrial e sobraram mais frutas para consumo no atacado e varejo. A demanda esteve aquecida na primeira quinzena, fato sem maiores impacto sobre preços em virtude da menor qualidade de muitas frutas. As exportações caíram devido à redução da oferta da fruta para moagem (entressafra), à menor qualidade, preços do suco em queda internacionalmente e à demanda estagnada”, concluiu o boletim.

Os dados estatísticos do boletim Prohort da Conab são coletados nas Centrais de Abastecimento localizadas em São Paulo e Campinas (SP), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES), Curitiba (PR), São José (SC), Goiânia (GO), Recife (PE), Fortaleza (CE) e Rio Branco (AC).