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Arrecadação em alta: Por que estados aumentam o ICMS?

O ICMS será substituído pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) a partir de 2033, com o fim da transição da reforma tributária.

Apesar do aumento na arrecadação, diversos estados brasileiros têm elevado as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), gerando debates e preocupações entre contribuintes. Dados divulgados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) mostram que a arrecadação com o imposto cresceu 12,86% em 2024, ultrapassando R$ 150 bilhões.

Rodrigo Spada, presidente da Associação Nacional das Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite), explica que o aumento da arrecadação é influenciado por fatores como a inflação e o crescimento econômico, que elevam os preços das mercadorias e ampliam a base tributável.

No entanto, os estados alegam enfrentar dificuldades financeiras devido às limitações na tributação de itens considerados essenciais, como energia elétrica, telecomunicações e combustíveis. Essa restrição foi imposta por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que limitou a alíquota do ICMS sobre esses produtos, impactando as finanças estaduais, principalmente nas regiões Norte e Nordeste.

A Associação Nacional dos Contribuintes de Tributos (ANCT) critica a medida, argumentando que o aumento de impostos não resolve problemas estruturais de gestão pública e sobrecarrega a população. Luiz José Pacheco Vaz Manso Filho, presidente da ANCT, afirma: “Aumentar impostos não resolve problemas estruturais de gestão pública, e apenas sobrecarrega a população”.

Nova metodologia no ICMS da gasolina

A Lei Complementar 192 alterou a metodologia de cobrança do ICMS sobre combustíveis. Antes, o imposto era calculado sobre o valor final do produto (ad valorem), aumentando conforme o reajuste inflacionário. Agora, o imposto é fixo por litro de combustível (ad rem), independentemente do preço na bomba.

Especialistas apontam que a nova metodologia traz mudanças importantes: o imposto não deve aumentar automaticamente com a alta do preço do combustível, mas sofrerá reajustes anuais fixos. Rodrigo Spada, da Febrafite, explica: “Se estivéssemos no modelo antigo, o aumento do imposto teria ocorrido de forma gradual, acompanhando o aumento do preço dos combustíveis, sem muita comoção”. É importante acompanhar essas mudanças, especialmente em um cenário onde o dólar sobe impulsionado por correção de preços.

Apesar disso, Luiz José Pacheco Vaz Manso Filho alerta que o reajuste do ICMS dos combustíveis vai onerar diretamente os consumidores, impactando toda a cadeia produtiva e refletindo no preço de produtos e serviços.

Tributação de encomendas internacionais

Outro reajuste que gerou descontentamento foi o aumento da alíquota do ICMS sobre encomendas internacionais de 17% para 20%. Cassiano Inserra Bernini, sócio da área tributária do Gaia Silva Gaede Advogados, explica que a medida visa tornar os produtos importados menos atrativos, favorecendo os nacionais.

Diogo Hiluey, do Serur Advogados, pondera que o aumento ocorre pouco tempo após a implantação do Remessa Conforme, da Receita Federal, que já havia encarecido as compras internacionais.

Reforma tributária e a função social do Imposto

O ICMS será substituído pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) a partir de 2033, com o fim da transição da reforma tributária. Victor Hugo Rocha, diretor jurídico do movimento Destrava Brasil, ressalta que será instituído um sistema de tributação uniformizado em todo o território nacional.

A ANCT alerta que a transição será longa e complexa, e os consumidores continuarão sendo afetados por aumentos do ICMS até que haja uma mudança efetiva. Em meio a essas mudanças, é crucial entender como o governo lida com outras questões econômicas, como a defesa de Lula pela isenção de IR até R$ 5 mil.

Rodrigo Spada enfatiza que o tributo desempenha uma função social importante, garantindo serviços públicos e a estabilidade social: “Sem impostos, não há sociedade desenvolvida. O brasileiro precisa entender que o asfalto na rua, a iluminação pública, o posto de saúde, e até a Justiça, são mantidos com recursos vindos dos tributos”. É fundamental que a população esteja ciente de como os impostos impactam diretamente o dia a dia, incluindo até mesmo o custo do café.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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