Rogério Marinho sinaliza abertura para taxação de grandes fortunas em meio a debate sobre IR

Em um cenário de discussões sobre a reforma do Imposto de Renda (IR), o senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da Oposição no Senado, indicou uma possível mudança de postura em relação à taxação de grandes fortunas. A declaração surge em meio à proposta do governo Lula de isentar do IR aqueles que recebem até R$ 5 mil mensais, buscando compensar a medida com uma maior tributação sobre os mais ricos. 

Anteriormente crítico à ideia, Marinho declarou ao jornal O Globo que considera ser “justo cobrar mais de quem ganha mais“. Essa afirmação representa um desvio em relação à sua posição anterior, expressa em novembro à CNN Brasil, quando classificou as propostas de alteração no Imposto de Renda como um “factoide”.

A proposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, visa isentar do IR os trabalhadores com renda de até R$ 5 mil a partir de 2026. Para equilibrar as contas, o governo propõe que aqueles com renda superior a R$ 50 mil mensais passem a pagar uma alíquota mínima de 10% de Imposto de Renda. 

Apesar da abertura demonstrada, Marinho expressou preocupações quanto a possíveis efeitos colaterais da medida. “Meu receio é aumentar o buraco fiscal e, ao taxar as pessoas que ganham mais de R$ 50 mil, fazer com que deixem o Brasil, mudem seus domicílios fiscais”, ponderou o senador.

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Tarifas de Trump podem abrir oportunidades para o Brasil

Na mesma entrevista, Rogério Marinho também comentou sobre as tarifas globais impostas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele sugeriu que a taxação mínima de 10% imposta ao Brasil pode representar uma oportunidade para o país atrair investimentos.

“As pessoas não entendem aonde Trump quer chegar. Ele deu ao Brasil um tratamento até confortável em relação aos outros países. Pode até haver uma oportunidade de atrair empresas e indústrias de países em que houve taxação maior. Mas, para isso, o governo precisa aproveitar e aprimorar as nossas licenças. Eu não acredito que isso será aproveitado pelo governo Lula”, afirmou Marinho.