PIB em alta: Crescimento econômico não garante acomodação do governo, diz Alckmin

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou nesta quarta-feira (4) que o bom desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 não justifica qualquer tipo de acomodação por parte do governo. Em evento na Câmara dos Deputados, Alckmin, que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, destacou o crescimento econômico do país.

Segundo o vice-presidente, o PIB registrou crescimento de 0,9% no terceiro trimestre, posicionando o Brasil entre os quatro países que mais cresceram no mundo. “É um avanço importante que nos levará a bem mais de 3% ao ano”, disse Alckmin, citando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Alckmin ainda ressaltou a redução do desemprego para 6,2%, o menor índice da série histórica, e o crescimento industrial impulsionado por investimentos em máquinas e equipamentos.

As declarações foram feitas durante o 2º Seminário de Política Industrial, organizado pela Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados, com o apoio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e da Frente Parlamentar ESG do Congresso Nacional. O deputado Josenildo (PDT-AP), presidente da comissão, explicou que o seminário deste ano teve uma ampliação em relação à edição anterior, devido ao sucesso do evento em 2023. “Devido ao sucesso no ano passado, decidimos realizar este segundo seminário, com mais participantes e mais temas”, afirmou o deputado.

Investimento Público e Privado

Alckmin anunciou investimentos significativos no setor industrial. O programa Nova Indústria Brasil prevê R$ 300 bilhões em financiamentos públicos até 2026, enquanto o setor privado comprometeu-se com cerca de R$ 1,83 trilhão em investimentos até 2033. “Vem aí a indústria verde, sustentável, e temos uma avenida para crescer”, declarou o vice-presidente. Ele ainda destacou o papel do Brasil em três grandes debates globais: segurança alimentar, segurança energética e mudanças climáticas. Alckmin elogiou a aprovação do mercado regulado de carbono pelo Congresso Nacional, considerando-o um passo fundamental para a transição para uma economia sustentável.

Incentivo às Micro e Pequenas Empresas

Alckmin também mencionou seu pedido de apoio ao presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), para a aprovação de duas propostas que visam incentivar a exportação de micro e pequenas empresas. Os projetos de lei complementar 167/24 e de lei 4043/24 estabelecem regras de transição para créditos tributários até a conclusão da reforma tributária em 2032. Alckmin solicitou a Lira a designação de relatores para os projetos, que tramitam em regime de urgência. “Se a gente aprovar, elas darão impulso às pequenas empresas, para conquistar mercado e exportar, agregar valor e crescer”, disse o vice-presidente.

Desafios para a Indústria Nacional

O deputado Heitor Schuch (PSB-RS), que sugeriu o seminário, destacou a importância do debate sobre a situação da indústria nacional e as políticas públicas para o setor. Segundo Schuch, o evento aborda desafios como burocracia, acesso ao crédito, capacitação profissional e sustentabilidade. “Todo país que quer crescer precisa se industrializar, porque é a partir disso que surgem as tecnologias, a inovação”, afirmou Schuch, enfatizando a importância da adaptação da indústria brasileira às novas tendências globais, como a neoindustrialização e a descarbonização.