O Ministério Público Eleitoral (MPE) ajuizou uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) na 18ª Zona Eleitoral, solicitando a declaração de inelegibilidade do atual prefeito de Afonso Bezerra, João Batista da Cunha Neto, conhecido como Neto de Zoraide, e do empresário Paulo Eugênio da Silva, popularmente chamado de Eugênio da Padaria. Este último concorreu como candidato do grupo governista nas eleições municipais deste ano.
Segundo as investigações do MPE, ambos teriam praticado reiteradamente abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação social durante o período de pré-campanha. O órgão ministerial pediu que tanto o prefeito quanto o empresário sejam considerados inelegíveis por um período de oito anos, além de serem multados pelas práticas consideradas ilegais.
A investigação foi iniciada em fevereiro deste ano, após uma denúncia anônima encaminhada ao celular funcional da Promotoria Eleitoral. A denúncia relatava que "os grupos de situação de Afonso Bezerra fizeram o lançamento da pré-candidatura do candidato a prefeito com comidas, bebidas, discursos, paredões e passeatas com músicas de campanha por diversas ruas de Afonso Bezerra e disseram que podia vir multa que eles pagavam" (sic).
Durante o curso da investigação, o MPE notificou repetidamente o prefeito e o empresário para que se manifestassem sobre as acusações, mas ambos permaneceram em silêncio. Adicionalmente, pesquisas na internet revelaram notícias e vídeos que corroboram as informações apresentadas na denúncia inicial. O evento de lançamento da pré-candidatura, organizado pelo prefeito e seu candidato, teria reunido cerca de 5 mil pessoas nas ruas de Afonso Bezerra, contando também com a presença de outras figuras políticas.
Além da acusação de propaganda eleitoral antecipada, que teria desequilibrado o pleito, a ação do MPE aponta para denúncias de perseguições políticas e uso de serviços públicos, incluindo um servidor aparentemente fantasma da prefeitura, para promover a candidatura do empresário escolhido pelo prefeito.
A Justiça Eleitoral já recebeu a AIJE e concedeu um prazo de cinco dias para que os acusados apresentem suas defesas, juntem documentos e indiquem testemunhas, se for o caso. O caso segue em análise, e o desfecho poderá ter repercussões significativas para o cenário político local. A ação movida pelo Ministério Público Eleitoral evidencia um esforço para coibir práticas que possam ferir a lisura e a igualdade nas eleições municipais.
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