Política

Deputado Glauber Braga inicia greve de fome na Câmara após aprovação de cassação no Conselho de Ética

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) iniciou uma greve de fome e acampou no plenário 5 do Anexo 2 da Câmara dos Deputados, na madrugada desta quinta-feira (10), após o Conselho de Ética aprovar o parecer que pede a cassação do seu mandato por quebra de decoro parlamentar. A decisão foi tomada com 13 votos a favor e 5 contra. Relembre que o Conselho de Ética da Câmara pede cassação de Glauber Braga por agressão a membro do MBL.

Braga, que é acusado de agredir um militante de extrema-direita, alega ser vítima de perseguição política por denunciar o esquema do Orçamento Secreto. Veja também que a Câmara debate Lei do Mar e Senado foca em CPI das Bets e Segurança Pública.

Em silêncio com a imprensa para conservar energias, o parlamentar permanece no plenário, acompanhado por assessores. À Agência Brasil, o deputado apenas acenou e afirmou que “está tudo bem”. Braga está sem se alimentar desde a noite de terça-feira (8), justificando que a ansiedade prévia à sessão do Conselho de Ética o impediu de tomar o café da manhã.

Em postagem numa rede social, Glauber declarou: “Estou há 30 horas e 30 minutos fazendo somente a ingestão de líquidos. Estou no mesmo plenário que votou a minha cassação no dia de ontem. Essa tática radical é fruto de uma decisão política: não serei derrotado por Arthur Lira e pelo Orçamento secreto. Vou às últimas consequências”.

Estado de Saúde e Acompanhamento Médico

A assessoria de imprensa do deputado informou, em nota, que ele está recebendo acompanhamento médico constante, mantendo a pressão arterial normal e pesando 91,7 quilos. Na manhã desta quinta-feira, Braga consumiu dois copos de isotônico, além de água.

Inicialmente, a deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP), de 90 anos, havia anunciado que se juntaria a Braga na greve de fome, mas foi dissuadida por colegas, que a convenceram a lutar por outros meios.

Denúncia de Perseguição Política

A assessoria de Glauber Braga reiterou que o objetivo da greve de fome é denunciar a perseguição política que o deputado afirma sofrer, além de pressionar por uma resolução do caso. O deputado demonstra preocupação com a possibilidade de a Câmara adiar indefinidamente o processo, que já se estende por mais de um ano.

O processo contra Braga foi iniciado por uma representação do partido Novo, em razão da agressão e expulsão de um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) que havia proferido insultos contra a mãe do parlamentar.

O deputado argumenta que a punição é desproporcional em comparação com outros casos de quebra de decoro na Câmara. Braga sustenta que é vítima de perseguição política orquestrada pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), em colaboração com o relator do processo, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA).

Segundo Braga, Lira teria influenciado o parecer contra ele em troca de recursos do Orçamento Secreto destinados ao relator.

O deputado do PSOL planeja recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Caso a CCJ confirme a decisão do Conselho de Ética, o plenário da Câmara deverá se manifestar sobre o tema. Os partidos PT e PSOL anunciaram obstrução dos trabalhos da Casa contra a decisão do Conselho de Ética.

O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), defendeu que o colégio de líderes partidários debata o tema, argumentando que a votação do Conselho foi um equívoco. “Nós estamos trazendo para o colo desta Casa uma crise de enormes proporções. Temos um deputado numa sala de comissão em greve de fome. Temos que falar com o presidente [da Câmara] Hugo Motta”, declarou. Relembre quando Hugo Motta assume presidência da Câmara com apelo à união e foco em emprego.

Orçamento Secreto

Glauber Braga é um crítico ferrenho do Orçamento Secreto, mecanismo de destinação de recursos públicos por meio de emendas parlamentares sem identificação clara do autor e do destino dos recursos.

O PSOL questionou esse mecanismo no Supremo Tribunal Federal (STF), que exigiu maior transparência nos gastos públicos, forçando o Congresso a alterar as regras para o pagamento de emendas. A Câmara responde ao STF sobre emendas e alega legalidade em repasses.

Em nota, o deputado Arthur Lira negou as acusações e salientou que a denúncia contra Glauber foi apresentada pelo partido Novo, e não por ele ou seu partido.

“De minha parte, refuto veementemente mais essa acusação ilegítima por parte do deputado Glauber Braga e ressalto que qualquer insinuação da prática de irregularidades, descasada de elemento concreto de prova que a sustente, dará ensejo à adoção das medidas judiciais cabíveis”, afirmou Lira.

A Agência Brasil buscou contato com a assessoria do deputado Paulo Magalhães para comentar as acusações, mas não obteve resposta até o momento da publicação desta reportagem. O espaço permanece aberto para manifestações.

Durante as sessões do Conselho de Ética, o deputado Magalhães optou por não responder às acusações de Glauber, estratégia justificada por sua assessoria como uma recusa em debater com o acusado, considerada parte da estratégia de defesa de Braga.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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