O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, expressou sérias preocupações sobre o desempenho militar do país nas últimas décadas, afirmando que os EUA não vencem uma guerra há várias gerações, apesar dos gastos exorbitantes. Em entrevista à CBS News no último domingo (26), Vance defendeu a nomeação de Pete Hegseth como novo secretário de defesa, uma decisão que passou por uma votação acirrada no Senado, com um empate de 50 a 50, desempatada pelo próprio vice-presidente.
Hegseth, cuja confirmação foi controversa devido a comentários públicos sobre o Islã, limitada experiência de liderança e acusações de agressão sexual – que ele nega – foi descrito por Vance como um “disruptor“, a pessoa certa para liderar uma reforma militar há muito necessária. Segundo Vance, os EUA têm travado muitas guerras nos últimos 40 anos sem obter vitórias significativas.
O vice-presidente criticou o estado atual das forças armadas, apontando para uma “crise de recrutamento” e “preços de aquisição disfuncionais” que resultam em custos excessivos e atrasos na entrega de equipamentos, como aviões que custam “bilhões e bilhões de dólares”.
Vance argumentou que os Estados Unidos têm se envolvido em “guerras demais sem um plano para vencer” e defendeu uma mudança radical no financiamento e na aquisição de armamentos. Ele insistiu que Hegseth, um veterano que serviu no Iraque e no Afeganistão, é o líder ideal para esta tarefa, pois ele tem uma perspectiva diferente dos generais e burocratas – uma visão que se alinha com os “homens e mulheres que enviamos para lutar”.
O presidente Donald Trump também tem prometido acabar com os conflitos atuais e tem se creditado por mediar o recente cessar-fogo entre Israel e o Hamas, afirmando que priorizará questões domésticas. Logo após sua posse, Trump ordenou o envio de mais tropas para a fronteira EUA-México para conter a crise migratória.
Além das críticas ao desempenho militar, Vance também mencionou a situação financeira do Pentágono, que não conseguiu aprovar sua sétima auditoria consecutiva em novembro, sendo incapaz de prestar contas de um orçamento de 824 bilhões de dólares. O Pentágono não passa em uma auditoria desde 2018, quando se tornou uma exigência legal. No entanto, funcionários apontaram para um progresso visível, prometendo uma auditoria limpa até 2028.
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