Justiça

STF debate vínculo empregatício de motoristas de aplicativos: Uber nega relação trabalhista

O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza audiência pública para discutir a polêmica relação entre motoristas de aplicativos e as plataformas digitais, com destaque para o caso da Uber. Em julgamento que deve se estender para 2025, devido ao recesso de fim de ano, o STF busca definir se há ou não vínculo empregatício entre as empresas e seus motoristas.

A Uber, em sua defesa, argumenta que seu modelo de negócio é incompatível com as leis trabalhistas brasileiras, representadas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A diretora jurídica da empresa, Caroline Arioli, declarou que a Uber é uma plataforma de tecnologia que proporciona aos motoristas a oportunidade de gerar renda, sem configurar vínculo empregatício. Segundo ela, "O que une esses perfis tão variados? A liberdade de escolher onde e quando se ativar na plataforma. Uma liberdade que é incompatível com as obrigações de um vínculo de emprego, como previsto hoje na CLT"

A empresa destaca que, nos dez anos de atuação no Brasil, cerca de 5 milhões de brasileiros receberam aproximadamente R$ 140 bilhões em rendimentos por meio da plataforma. Arioli descreveu o perfil dos motoristas como diversificado, incluindo empregados buscando renda extra, aposentados, desempregados e mulheres buscando independência financeira.

Por outro lado, sindicatos de motoristas de aplicativos contestam a posição da Uber, alegando que a relação entre as plataformas e os motoristas configura um contrato de trabalho por tempo indeterminado, atribuindo responsabilidade trabalhista às empresas. Aproximadamente 10 mil ações judiciais aguardam a decisão final do STF.

O ministro Edson Fachin, relator do processo, convocou a audiência pública para coletar informações de ambas as partes antes de emitir seu voto sobre a chamada "uberização" do trabalho. A decisão do STF terá repercussão geral, obrigando todo o Judiciário a seguir o mesmo entendimento.

Embora existam decisões judiciais divergentes, com alguns tribunais reconhecendo o vínculo empregatício, o próprio STF já se manifestou em casos anteriores entendendo que não existe tal vínculo entre motoristas e plataformas. A decisão final do STF, portanto, definirá um precedente jurídico para milhares de casos similares em todo o país.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: [email protected]

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