Justiça

STF: Barroso nega envolvimento do Judiciário na crise fiscal

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), refutou qualquer participação do Judiciário na crise fiscal brasileira. A declaração foi feita durante a apresentação do balanço das atividades da Corte em 2024.

Barroso enfatizou o cumprimento do teto de gastos pelo Poder Judiciário desde 2017. Segundo ele, “Nos últimos sete anos, o Judiciário não gastou nenhum vintém a mais do que o orçamento que tinha em 2017, corrigido [pela inflação]. De modo que o Judiciário não tem participação nem responsabilidade sobre a crise fiscal brasileira”.

A respeito dos chamados “supersalários” recebidos por alguns magistrados, o ministro declarou ser contrário a qualquer pagamento ilegal. Ele explicou que alguns benefícios relatados na imprensa são, na verdade, indenizações previstas em lei, como as referentes a acúmulo de função e grande volume de processos. “Qualquer tipo de indenização que seja ilegal, que não seja autorizada por lei, é ilegítima e sou contra”, afirmou Barroso.

Outro tema abordado foi o julgamento sobre a descriminalização do aborto. Barroso afirmou que o STF não deve incluir o tema na pauta de 2025, alegando que o debate “ainda não está maduro”. Ele lembrou que o julgamento foi suspenso em setembro de 2023 após a ministra Rosa Weber (aposentada) votar pela descriminalização até a 12ª semana de gravidez. “O aborto é um coisa ruim. Ninguém considera que seja uma coisa boa, ninguém defende o aborto como política pública. A sociedade brasileira ainda não faz com clareza uma distinção: Ser contra é diferente de achar que quem precisou fazer por alguma circunstância deve ser preso”, explicou.

Por fim, o presidente do STF comentou as críticas recebidas pelo STF do meio político por impor restrições ao pagamento de emendas parlamentares, exigindo transparência. Barroso defendeu que o papel da Corte é resolver questões de grande relevância nacional, argumentando que o protagonismo do STF é frequentemente confundido com ativismo judicial. “Os temas que, em outras partes do mundo, são deixados para a política, no Brasil se tornam temas jurídicos e judicializados”, concluiu.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: [email protected]

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