O Ministério Público de São Paulo (MPSP) apresentou denúncia contra 16 pessoas, incluindo cinco policiais militares e uma escrivã da polícia civil, por envolvimento em uma milícia privada que atuava na região do Brás, importante centro de comércio popular na capital paulista. A acusação envolve crimes como formação de milícia, extorsão, lavagem de dinheiro e exploração de vendedores ambulantes, muitos deles estrangeiros.
Segundo o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO), a organização criminosa impunha cobranças ilegais aos comerciantes informais para permitir sua atuação na área. Uma das testemunhas relatou que os valores exigidos chegavam a R$ 15 mil por ano, além de uma taxa semanal de R$ 300. A investigação revelou que os ambulantes frequentemente recorriam a agiotas para conseguir pagar as quantias exigidas, e as cobranças de dívidas eram realizadas com violência.
A denúncia é resultado da *Operação Aurora*, deflagrada em 16 de dezembro em conjunto com as corregedorias da Polícia Militar e da Polícia Civil. Dos 16 denunciados, nove já estavam sob prisão preventiva. A Justiça ainda vai analisar se aceita a denúncia oferecida pelo MPSP. A investigação foi iniciada a partir de informações fornecidas pela Corregedoria da PM. MPSP apoia uso prioritário de câmeras corporais pela PM em operações de alto risco.
Durante a operação, foram cumpridos 15 mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão. Em uma das residências investigadas, foram encontrados R$ 145 mil em dinheiro. O sigilo bancário e fiscal de oito empresas e 21 pessoas foi quebrado. Na ocasião, seis policiais militares e um policial civil foram detidos. Atualmente, um policial militar e uma policial civil permanecem foragidos.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.