Ministro do STF mantém prisão de Daniel Silveira após considerar uso de ida ao hospital como álibi

Ministro do STF mantém prisão de Daniel Silveira após considerar uso de ida ao hospital como álibi
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou a manutenção da prisão do ex-deputado Daniel Silveira em audiência de custódia realizada nesta terça-feira (24). Silveira, que já se encontrava em regime semiaberto desde outubro, foi detido novamente pela Polícia Federal após descumprir os termos de sua liberdade condicional.

Segundo o despacho do ministro Moraes, Daniel Silveira omitiu, durante a audiência, informações sobre sua localização em outro endereço residencial, utilizando sua ida ao hospital como uma espécie de justificativa para o descumprimento das condições impostas para sua liberdade condicional. De acordo com o ministro, o ex-deputado teria usado sua ida ao hospital como “verdadeiro álibi para o flagrante desrespeito às condições judiciais obrigatórias para a manutenção do seu livramento condicional”.

Moraes não apenas manteve a prisão, como também determinou que Silveira retorne ao regime fechado. Após a audiência de custódia, o ex-deputado foi transferido para a unidade de Bangu 8, no Complexo de Gericinó, no Rio de Janeiro.

A decisão de Moraes de revogar a liberdade condicional de Silveira ocorreu após o ex-deputado ser flagrado fora de sua residência em Petrópolis, entre a noite de sábado (21) e o início da madrugada de domingo (22). Ele havia sido solto na sexta-feira (20) por decisão do próprio ministro, mas teve sua liberdade revogada devido ao descumprimento das condições impostas.

Descumprimento da Condicional

A liberdade de Silveira estava condicionada a não se ausentar de sua casa em Petrópolis entre as 22h e as 6h, sem autorização judicial. No entanto, no sábado, ele deixou sua residência e só retornou às 2h16 de domingo.

A defesa de Silveira alegou que ele necessitou de atendimento médico emergencial devido a uma crise renal, impossibilitando o pedido de autorização prévia ao Judiciário. Segundo os advogados, Silveira teria permanecido no hospital das 22h59 de sábado à 0h34 de domingo.

No entanto, ao analisar o rastreamento do GPS da tornozeleira eletrônica de Silveira, Moraes constatou que o ex-deputado saiu de casa às 20h52, dirigindo-se a outro endereço em um condomínio residencial no mesmo município, onde permaneceu até as 21h30. Somente depois, dirigiu-se ao hospital, permanecendo lá das 22h16 até 0h44 do dia seguinte. Após deixar o hospital, Silveira teria voltado ao condomínio, ficando ali até 1h54, retornando à sua residência apenas às 2h16.

Posicionamento da Defesa

A defesa de Daniel Silveira divulgou uma nota à imprensa no final da tarde, na qual considera a decisão de Moraes “desproporcional, arbitrária, ilegal e irracional”. Os advogados afirmam que o descumprimento das condições da liberdade condicional foi justificado pela necessidade de atendimento médico de emergência.

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