Justiça

Justiça condena usuários de redes sociais por críticas a abordagem policial de homem negro

Um juiz de Criciúma, Santa Catarina, condenou profissionais de imprensa e usuários de redes sociais ao pagamento de R$ 1.500,00 por danos morais. A decisão, proferida em 6 de novembro de 2024, atende a um pedido de indenização feito por policiais militares envolvidos em uma abordagem a um homem negro em dezembro de 2022.

Segundo os policiais, eles foram acionados por um comerciante que alegou que o homem negro estava sentado em frente ao seu estabelecimento, causando transtornos. Ao chegar ao local, a PM relatou ter usado a força para imobilizar o homem, justificando a ação pelo comportamento considerado “suspeito” e pela suposta desobediência às ordens policiais.

O vídeo da abordagem, gravado por populares e divulgado nas redes sociais, gerou uma onda de críticas que questionavam a legalidade e a possível motivação racista da ação policial. Os comentários e as matérias jornalísticas que repercutiram o caso foram considerados pelo juizado como ultrapassando os limites da liberdade de imprensa. A decisão judicial afirma que as publicações “induziram” o público a acreditar em um ato racista, sem amparo na realidade, causando “mácula aos direitos de personalidade dos requerentes”.

Na sentença, o juiz declarou: “A mácula aos direitos de personalidade dos requerentes é translúcida, pois, sem qualquer amparo na realidade, foi-lhes imposta a odiosa pecha de racistas, circunstância esta que é suficiente para causar dano moral passível de compensação pecuniária“.

É importante destacar que a decisão judicial não é definitiva. Os condenados ainda podem recorrer ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC).

O caso evidencia o delicado equilíbrio entre a liberdade de expressão e a proteção à honra e imagem de indivíduos. A decisão judicial suscita debates importantes sobre o papel da mídia na cobertura de casos de violência policial, especialmente aqueles envolvendo questões raciais, e os limites da crítica pública em plataformas digitais.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: [email protected]

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