A comparação feita por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre Israel e Adolf Hitler, que criou uma crise internacional entre Brasil e Israel, foi bem recebida pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas). O grupo terrorista elogiou a declaração do mandatário brasileiro, considerando-a uma “descrição precisa”.
Enquanto a repercussão negativa da crise internacional criada por Lula entre o Brasil e Israel segue gerando consequências diplomáticas, o grupo terrorista Hamas assumiu uma postura elogiosa a fala de Lula. Em seu Telegram, o Hamas publicou que ‘apreciou’ a declaração do presidente brasileiro, vista por eles como uma “descrição precisa daquilo a que o nosso povo está exposto”.
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“Nós, no Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), apreciamos a declaração feita pelo Presidente brasileiro Lula da Silva, que descreveu aquilo a que o nosso povo palestino na Faixa de Gaza está sujeito como um Holocausto, e que as ações dos sionistas hoje em Gaza são o mesmo que o nazista Hitler fez aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial”, inicia o Hamas em nota.
A mensagem do grupo terrorista segue afirmando que a declaração de Lula reflete o contexto do que é feito pelo exército do primeiro ministro de Israel Benjamin Netanyahu em Gaza. Destacando ainda que as ações ocorrem com o apoio do Presidente dos EUA, Joe Biden.
“Apelamos ao Tribunal Internacional de Justiça para que tenha em conta a declaração do Presidente brasileiro relativamente às violações e atrocidades que o nosso povo palestino está sofrendo nas mãos do exército de ocupação criminoso e dos seus colonos terroristas, que nunca foram testemunhadas na história moderna”, conclui a nota do Hamas.
Entenda o contexto da declaração de Lula sobre Hitler e Israel
No domingo (18) em entrevista coletiva após participar da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Adeba, capital da Etiópia, Lula comparou as ações Israelenses na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus promovido por Adolf Hitler durante o Holocausto. A declaração foi dada após o presidente ser questionado sobre a ajuda prometida pelo Brasil aos refugiados palestinos em Gaza.
Na ocasião Lula disse o seguinte: “É importante lembrar que, em 2010, o Brasil foi o primeiro país a reconhecer o Estado palestino. É preciso parar de ser pequeno quando a gente tem de ser grande. O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, declarou o presidente.
Repercussão imediata
Em menos de 24h as declarações de Lula repercutiram mal no Brasil e no exterior. No Brasil, ocorreram diversas críticas as falas do presidente por parte de diversas autoridades e instituições. A exemplo Confederação Israelita do Brasil (Conib), que divulgou uma nota na qual repudia às declarações do petista, classificadas como uma “distorção perversa”.
O primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu afirmou que a comparação do presidente brasileiro “cruza uma linha vermelha”. O embaixador do Brasil em Tel Aviv também foi convocado pelo governo israelense para uma “dura conversa de repressão”.
Também nesse sentido, Israel divulgou que Lula passou a ser considerado “persona non grata” no país. Embora a expressão tenha um sentido pesado do ponto de vista diplomático, na prática isso significa que o presidente brasileiro não será aceito em Israel, pelo menos até que se desculpe publicamente pelas falas, conforme ponderou o governo israelense.
Vale salientar que a nota do Hamas, um grupo terrorista, em apoio as falas de Lula naturalmente agravam ainda mais a situação do ponto de vista político e diplomático. Apesar disso, ao contrário do que possa parecer, recentemente o posicionamento do Governo Brasileiro tem sido no sentido de condenar também as ações do Hamas, enquanto mantém os apelos pelo encerramento do conflito.