Novo filme de ‘A Múmia’ será dirigido por mestre do terror e promete reinventar o clássico

Os monstros da Universal são ícones do terror cinematográfico, estabelecendo as bases para os filmes de medo. Muitas dessas criaturas têm origens literárias, enquanto outras derivam do folclore e da mitologia. Um exemplo é A Múmia, que ganhará uma nova adaptação em breve.

Sete anos após uma tentativa fracassada de reboot, A Múmia retorna sob a direção de Lee Cronin, um veterano do cinema de terror. O projeto surge em um momento em que vampiros têm recebido o devido tratamento nas telonas, enquanto a representação das múmias ainda é limitada a algumas produções específicas. O novo filme terá o desafio de se destacar, buscando se firmar no gênero do terror.

Lee Cronin, o diretor da nova versão de A Múmia, ganhou destaque com o curta de terror Ghost Train há mais de dez anos. Seus trabalhos mais notáveis incluem o aclamado The Hole in the Ground (2019) e o sucesso sangrento Evil Dead Rise (2023), o mais recente filme da franquia criada por Sam Raimi. Ele também dirigiu episódios da série antológica 50 States of Fright, demonstrando sua experiência no gênero. Segundo o The Hollywood Reporter, a versão de Cronin será “diferente de qualquer filme de A Múmia já visto“.

A produção será feita em parceria com Blumhouse, Atomic Robot e New Line Cinema, esta última conhecida por A Hora do Pesadelo. A ausência da Universal torna a produção uma releitura da franquia. Assim como filmes de vampiros são variações de Drácula, o novo A Múmia se distanciará das versões anteriores, especialmente após o recente sucesso da nova versão de Nosferatu.

Embora o visual do Nosferatu de 1922 e o Drácula de 1931, estrelado por Bela Lugosi, sejam referências, o gênero de vampiros foi enriquecido por diversas mídias, como livros, séries, quadrinhos e jogos. Essa variedade garantiu a longevidade dos filmes de vampiros, lobisomens, zumbis e fantasmas. O mesmo não se pode dizer das múmias. O filme original da Universal de 1932, que deu origem ao conceito, não se baseou em nenhuma obra literária, diferentemente de Drácula, Frankenstein e O Homem Invisível. Assim, as versões de 1932 e, principalmente, o remake de 1999 com Brendan Fraser, definiram o gênero.

Múmias são raras em comparação a outros monstros. Embora sejam figuras comuns em várias culturas, as múmias do Egito Antigo são as mais icônicas. Essa ligação com a iconografia egípcia, apesar de interessante, torna-as menos maleáveis do que vampiros e lobisomens. A representação de múmias como seres lentos e envoltos em bandagens as aproxima de zumbis, um problema que as versões de 1932 e 1999 resolveram com a inclusão de poderes mágicos e habilidades semelhantes às de magos. Essa característica, por vezes, as transforma em um mero elemento de ambientação. A necessidade de combater múmias em cenários sem tecnologia avançada também limita sua presença no cinema.

O filme de 2017, A Múmia, estrelado por Tom Cruise, tinha o objetivo de inaugurar o “Dark Universe” da Universal, com novas versões de seus monstros clássicos, mas foi um fracasso de crítica e público. O filme tinha uma múmia feminina, similar ao filme de 1999, e se distanciou do terror ao apostar em ação, copiando fórmulas de filmes da Marvel. Até as melhores cenas eram pálidas imitações do filme de Stephen Sommers.

O novo filme precisa se afastar desses erros. A Múmia deve ser um filme de terror, com pouca ação. Uma ambientação em tempos antigos pode ajudar a tornar a múmia uma ameaça. É preciso que haja elementos da mitologia egípcia que diferenciem a múmia de um zumbi. O uso de escaravelhos carnívoros, como no filme de 1999, poderia ser um diferencial. O foco no terror deve ser prioridade na versão de Cronin, assim como na mitologia egípcia.

A Múmia de 2017 pareceu existir apenas para criar o universo compartilhado da Universal, que não vingou. A aparição de Dr. Jekyll e “Eddie Hyde”, este último análogo ao Hulk, e um final que forçava uma sequência também prejudicaram o filme. O diretor Lee Cronin parece ter evitado esses erros, prometendo algo diferente de tudo que já vimos.

A nova versão de A Múmia precisa se destacar para não ser apenas uma repetição de ideias antigas. Ao abraçar o terror, o novo filme tem potencial para dar aos espectadores motivos para temer o Egito. A estreia de A Múmia está prevista para 2026.

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