Mercado financeiro revisa previsão da inflação, apontando para 5,57% em 2025

Mercado financeiro revisa previsão da inflação, apontando para 5,57% em 2025
Agencia Brasil

O mercado financeiro ajustou suas projeções para a inflação no Brasil, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estimado em 5,57% para 2025. A informação consta no Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central (BC), que reúne as expectativas de diversas instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos do país.

Para os anos seguintes, as projeções inflacionárias permanecem relativamente estáveis: 4,5% para 2026, 4% para 2027 e 3,8% para 2028.

Apesar da recente revisão, a estimativa para 2025 ainda se encontra acima do limite superior da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos (ou seja, entre 1,5% e 4,5%).

Em março, o IPCA registrou um aumento de 0,56%, impulsionado principalmente pela elevação dos preços dos alimentos, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar dessa pressão, houve uma desaceleração em relação a fevereiro, quando o índice atingiu 1,31%. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação atingiu 5,48%. A alta dos preços dos alimentos faz com que muitos brasileiros precisem cortar gastos, como mostra essa matéria sobre como a inflação força brasileiros a cortar gastos com alimentos e remédios, revela Datafolha.

Juros e Política Monetária

A taxa básica de juros, a Selic, atualmente fixada em 14,25% ao ano, é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação.

As recentes altas nos preços de alimentos e energia, juntamente com as incertezas no cenário econômico global, levaram o BC a elevar a Selic em 1 ponto percentual na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em março, marcando o quinto aumento consecutivo na taxa básica de juros.

O Copom indicou que a economia brasileira demonstra sinais de aquecimento, apesar de uma possível moderação na expansão. O órgão também ressaltou que tanto a inflação cheia quanto os núcleos inflacionários (que excluem itens mais voláteis como alimentos e energia) permanecem em patamares elevados. O comitê alertou para o risco de persistência da inflação de serviços e reafirmou que continuará monitorando a política econômica do governo.

Para as próximas reuniões, o Copom sinalizou uma elevação “em menor magnitude” da Selic em maio, sem fornecer indicativos sobre os passos seguintes.

O mercado financeiro projeta que a Selic atinja 15% ao ano até o final de 2025, com reduções graduais nos anos subsequentes: 12,5% ao ano em 2026, 10,5% ao ano em 2027 e 10% ao ano em 2028.

O aumento da Selic tem como objetivo conter o consumo e estimular a poupança, o que tende a impactar os preços. No entanto, as instituições financeiras também consideram outros fatores ao definir as taxas de juros cobradas dos consumidores, como o risco de inadimplência e as despesas administrativas, o que pode influenciar o ritmo de expansão da economia.

Por outro lado, a redução da Selic geralmente leva à diminuição do custo do crédito, incentivando a produção e o consumo, o que pode dificultar o controle da inflação e estimular a atividade econômica.

PIB e Câmbio

As instituições financeiras elevaram a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2% em 2025. Essa projeção acompanha outros indicadores, como este mercado financeiro que eleva projeção de crescimento do PIB para 1,98% em 2025.

A estimativa para o PIB em 2026 também foi revisada para cima, passando de 1,61% para 1,7%. Para 2027 e 2028, a expectativa é de uma expansão de 2% em cada ano.

A previsão para a taxa de câmbio é de R$ 5,90 por dólar ao final de 2025 e de R$ 5,96 ao final de 2026.

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