A Prefeitura de Natal está conduzindo uma nova análise técnica em pontos específicos da engorda da praia de Ponta Negra. O objetivo é avaliar a necessidade de ajustes em sete áreas do aterro hidráulico, onde se observou o acúmulo de água da chuva por um período superior a 24 horas – tempo além do previsto no projeto original.
Thiago Mesquita, secretário municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, esclareceu que a avaliação está sendo realizada pela mesma empresa responsável pela execução da drenagem, afastando a possibilidade de uma nova contratação ou de um novo estudo técnico sobre a engorda.
De acordo com o secretário, a verificação é uma resposta a um recente episódio de chuvas intensas, que registraram uma precipitação de 143 milímetros, resultando na formação de bolsões d’água em aproximadamente 25% da extensão da faixa de areia. Mesquita enfatizou que a ação visa aperfeiçoar o sistema de drenagem existente.
“Não haverá nova contratação. A empresa já contratada pela Secretaria Municipal de Infraestrutura está propondo uma alternativa de engenharia para aumentar a capacidade de infiltração da água da chuva nesses sete bolsões”, afirmou o secretário, descrevendo a iniciativa como uma medida complementar e preventiva.
A prefeitura informou que o sistema de drenagem foi finalizado em 27 de fevereiro, com a instalação de 16 dissipadores de energia ao longo do aterro. Atualmente, está em andamento a fase de acabamento, que consiste na colocação de tampas nos reservatórios para garantir a segurança e prevenir acidentes. No entanto, a funcionalidade do sistema não é afetada por esta etapa.
O sistema de drenagem tem como objetivo principal evitar erosões, diminuindo a velocidade das águas pluviais.
Eficiência da obra
O secretário Mesquita destacou a eficiência da obra de engorda na prevenção de danos causados pelas recentes chuvas, que impactaram outras áreas do litoral. Para ele, a drenagem de Ponta Negra tem se mostrado eficaz do ponto de vista da engenharia.
“A drenagem de Ponta Negra é perfeita do ponto de vista de engenharia. Ela está conseguindo, em vez de provocar as voçorocas, reduzir a velocidade da água de chuva, que é o propósito da requalificação da drenagem”, detalhou Mesquita.
A análise complementar em curso considera o comportamento natural do solo e critérios técnicos para determinar a necessidade ou não de adaptações nas áreas afetadas.
O secretário esclareceu também que a formação de lâminas d’água em dias de chuvas acima de 40 milímetros está prevista no projeto e não indica falha no sistema. A exceção ocorreu durante a chuva mais intensa, que causou o acúmulo de água por até quatro dias em alguns trechos. O acúmulo de água em Ponta Negra preocupou moradores e turistas, mas a prefeitura minimiza o impacto.
Thiago Mesquita ressaltou que análises como essa são comuns em obras costeiras e que, segundo especialistas, o sistema pode levar até dois anos para se adaptar completamente à dinâmica ambiental da área. “Tudo está de acordo com aquilo que preceitua os aspectos técnicos normativos de engenharia para a área de Ponta Negra”, afirmou.
O planejamento da obra segue o cronograma inicial, mesmo após a necessidade de substituição da empresa responsável pela drenagem durante a execução. A primeira empresa contratada apresentou uma proposta de readequação que aumentaria os custos em 108%. A prefeitura optou por rescindir o contrato e relicitar os serviços, o que impossibilitou a entrega simultânea da engorda e da drenagem. Segundo Thiago Mesquita, a decisão evitou um prejuízo de aproximadamente R$ 15 milhões, que seria causado pela paralisação da draga no mar.
Limpeza da faixa de areia
Além da drenagem e do aterro, está em andamento a limpeza dos rodolitos acumulados na faixa de areia. A remoção começou em 27 de fevereiro, na base do Morro do Careca, e deve durar cerca de oito meses. Os trabalhos são realizados de forma mecanizada, com o uso de uma máquina saneadora que remove materiais sólidos, calcários e matéria orgânica a uma profundidade de até 20 centímetros.
O serviço de limpeza ocorre diariamente no período noturno, entre 18h e 5h, com um custo estimado de R$ 536 mil ao final da operação. A medida visa manter a faixa de areia limpa e conservada, garantindo melhores condições para uso turístico e ambiental da área aterrada. A Prefeitura garante que todas as etapas estão de acordo com os projetos aprovados, com o acompanhamento de instituições e empresas especializadas em aspectos ambientais e socioeconômicos.
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