Um jacaré foi encontrado vivendo em condições insalubres em uma lagoa de captação no conjunto Boa Esperança, bairro Lagoa Azul, zona Norte de Natal. Os animais, que residem no local há mais de um ano, tem gerado preocupação entre os moradores devido à poluição e ao acúmulo de lixo na lagoa.
Segundo Cinthia Menezes, moradora da região, os órgãos competentes foram notificados sobre a situação, porém, ainda não há previsão para a remoção dos répteis. A presença do jacaré levanta questões sobre como ele se adaptou a um ambiente tão precário e como chegou ali. Ele também relata que outros jacarés vivem no local.
O Portal N10 contatou o Corpo de Bombeiros, que informou que até o momento não teria recebido nenhum chamado sobre o caso.
A bióloga Luisa Moreira explica que a ocupação urbana pode ter sido um fator determinante para que os animais acabassem na lagoa. “As construções vão devastando o ambiente que eles naturalmente vivem, e por isso esses animais procuram lugares que tenham as condições de que precisam, como um local com água, e acabam ficando”, disse a especialista. Segundo ela, outra possibilidade é que os jacarés tenham sido deixados no local por alguém.
Impactos da poluição
Luisa Moreira alerta para os riscos que a poluição da lagoa representa para a saúde do jacaré. Ele pode se alimentar de restos de comida e outros materiais descartados, o que pode causar danos graves à sua saúde. Além disso, a água pode estar contaminada com poluentes e metais pesados, afetando não só o jacaré, mas também outros animais como peixes e sapos. Luisa explica que, por estar no topo da cadeia alimentar, o jacaré sofre os impactos da poluição de forma amplificada, já que as presas que ele consome podem estar contaminadas.
“O que pode acontecer, a primeira coisa que eu penso, é a questão do lixo. Ele pode acabar se alimentando de restos de comida e outros materiais jogados, o que pode causar riscos para a saúde dele”, disse a especialista.
Apesar de o jacaré ser um predador, a bióloga ressalta que sua presença isolada não deve causar um desequilíbrio na população de sapos. O maior problema seria a diminuição das presas devido à poluição, afetando a alimentação do próprio jacaré.
Segundo Luisa, o ideal é que o animal seja transferido o mais rápido possível para um local com boas condições ambientais, onde ele possa se adaptar. “Se ele já sobrevive há anos nesse ambiente inóspito, ele tem mecanismos de adaptação. O ideal é que ele seja transferido o quanto antes para evitar mais contaminação e impactos na saúde dele”, afirmou.
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