Blue Origin retira vídeo após comentários sexistas sobre astronauta

A Blue Origin foi forçada a remover um vídeo da astronauta comercial Emily Calandrelli após uma série de comentários sexistas nas redes sociais. Calandrelli, autora, engenheira e conhecida nas redes como “thespacegal”, participou do nono voo tripulado de teste da nave New Shepherd, de propriedade de Jeff Bezos, juntamente com outros cinco “turistas espaciais”. O evento, que marcou um marco na carreira de Calandrelli, aos 37 anos, foi ofuscado por uma enxurrada de comentários misóginos.

A repercussão negativa nas redes sociais destacou os desafios persistentes que as mulheres enfrentam em setores tradicionalmente dominados por homens.

Muitos comentários ridicularizaram sua conquista ou fizeram perguntas inapropriadas, como se ela se considerasse “a mulher mais atraente a ir ao espaço”. Essas declarações não foram isoladas e refletem atitudes que desvalorizam os méritos das mulheres em áreas de destaque.

Calandrelli, em sua conta no Instagram, que conta com mais de 880.000 seguidores, expressou o impacto emocional desses comentários. Em suas palavras: “Todo isso aconteceu enquanto eu voava de volta, depois de ter vivido o sonho mais perfeito e maravilhoso da minha vida. Em vez de estar em uma nuvem de felicidade, eu estava chorando enquanto olhava pela janela do avião.“

Apesar do sofrimento emocional, Calandrelli deixou claro que não se deixará abater pelas críticas. Ela afirmou: “Não vou pedir desculpas nem me sentir mal pela minha reação. Ela é completamente minha e eu a abraço como ela é.“

Calandrelli encontrou apoio em outras mulheres astronautas, suas “irmãs espaciais”, que a confortaram. Uma delas ressaltou que, apesar do assédio online, a jornada de Calandrelli inspirou muitas pessoas, especialmente mulheres que sonham em alcançar objetivos semelhantes.

A situação evidencia a necessidade de combater o sexismo e promover a igualdade de gênero em todos os campos, incluindo a indústria espacial. A retirada do vídeo pela Blue Origin demonstra, ao menos, uma tentativa de resposta a essa problemática, embora não resolva a questão mais ampla do preconceito e assédio online direcionado a mulheres em posições de destaque.