Política

Parada LGBTI+ do Rio: Parlamentares e organizadores reivindicam financiamento público

A Parada LGBTI+ do Rio de Janeiro, um dos maiores eventos da cidade, enfrenta dificuldades financeiras e busca apoio governamental para sua realização. Organizadores e parlamentares se uniram para exigir maior reconhecimento e financiamento público para o evento, que gera significativo impacto econômico.

Segundo Cláudio Nascimento, presidente do Grupo Arco-Íris e organizador da Parada, o evento injeta entre R$ 25 milhões e R$ 30 milhões na economia carioca por meio da arrecadação de impostos. “Temos benefícios econômicos para a cidade. Dados da Escola Superior de Propaganda e Marketing apontam que, em média, ficam para a cidade entre R$ 25 milhões e R$ 30 milhões com a arrecadação de impostos. Então, logo, a parada forma também o orçamento público. Queremos só o pedaço do nosso próprio investimento. Não estamos pedindo esmola a ninguém. Nós queremos ser tratados com dignidade e sermos reconhecidos”, declarou Nascimento durante coletiva de imprensa realizada em Copacabana pouco antes do início da parada.

Nascimento relatou que, uma semana antes do evento, ainda faltavam confirmações de apoios financeiros previamente previstos. Ele ressaltou a necessidade de o governo federal, estadual e municipal reconhecerem a importância da Parada, não apenas pelo impacto econômico, mas também pelo seu significado político e social. “Precisamos fazer com que a cidade e os governos, o federal também, entendam que mesmo que não desse nenhuma arrecadação, teriam a obrigação moral e política, o governo federal e todos os governos nos âmbitos municipal e estadual, de assumir essa pauta, que é contra o preconceito e a descriminação e que ajuda a construir o clima favorável para a não violência”, afirmou.

A deputada federal Jandira Feghali (PC do B/RJ) defendeu a inclusão da Parada no calendário oficial da cidade, garantindo assim financiamento público. “Essa parada arrecada milhões. Ela gasta um pouco e arrecada muito. Então, é muito importante que nós parlamentares, que aqui estamos, exijamos dos nossos governos que ela esteja no calendário oficial, com financiamento, valorização, reconhecimento, para que possamos deixar de passar pires para que aconteça. É necessário reconhecimento”, disse a deputada, que também destacou a importância da arte na vida da população LGBTI+. “Quando a arte entra na vida de uma pessoa, incorpora poder, transforma valores e muda as relações humanas”, completou Feghali, que usava uma blusa com a inscrição: “Democracia eu cultivo” e enfatizou a união dos movimentos sociais como maior expressão democrática do Brasil. “Porque é o direito de ser, de existir, de ter direitos e o reconhecimento do que essa sociedade é diversa”

A vereadora Mônica Benício (PSOL) destacou os desafios da organização de um evento desta magnitude e agradeceu ao Grupo Arco-Íris e a Cláudio Nascimento pelos anos de luta por melhores condições para a comunidade LGBTI+. “Não damos passos atrás nem para pegar impulso. Por tantas e tantos que fizeram com que a gente pudesse chegar até aqui, nós seguiremos na Câmara Municipal, a gente está apresentando um projeto que vai tornar a parada um marco de interesse cultural e histórico para a cidade, porque queremos quer visibilidade, política pública e para isso tem que estar no orçamento. A gente não está pedindo nenhum favor para esta cidade ou para o governo. Estamos dentro do orçamento, movimentando a cidade, então vamos seguir reivindicando por Marielle, por David Miranda e por tantos e tantas outras”, afirmou Benício, viúva da vereadora Marielle Franco, cuja lembrança foi frequentemente presente na Parada.

O ator, cantor, compositor e drag queen Diego Martins, que participou das apresentações artísticas, destacou o apoio familiar que recebeu desde a infância, reconhecendo-o como um privilégio e uma exceção na comunidade LGBTI+. “Isso foi entendido pela minha família desde cedo. Sei que é um privilégio e uma exceção, infelizmente, porque não é a história de vida da maior parte dos meus amigos da nossa comunidade”, relatou.

Jovanna Baby, fundadora do Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (Fonatrans), celebrou a presença de parlamentares LGBTI+ no cenário político atual, considerando-a uma reparação histórica. “É uma reparação histórica. Nós só tínhamos, há 30 anos, Jurema Batista na Câmara dos Vereadores, Marcelo Dias, deputado estadual e Carlos Santana, deputado federal. Já fizemos uma revolução grande, que se tornou isso aqui”, afirmou.

O Coro Arco-Íris, por Prazer, fez três apresentações durante a coletiva, incluindo as músicas “Sal da Terra” e “Sinais de Fogo”, em homenagem à cantora Preta Gil, que está em tratamento de câncer e não pôde participar do evento.

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Romário Nicácio

Administrador de redes, estudante de Ciências e Tecnologia (C&T) e Jornalismo, que também atua como redator de sites desde 2009. Co-fundador do Portal N10 e do N10 Entretenimento, com um amplo conhecimento em diversas áreas. Com uma vasta experiência em redação, já contribuí para diversos sites de temas variados, incluindo o Notícias da TV Brasileira (NTB) e o Blog Psafe. Sua paixão por tecnologia, ciência e jornalismo o levou a buscar conhecimentos nas áreas, com o objetivo de se tornar um profissional cada vez mais completo. Como co-fundador do Portal N10 e do N10 Entretenimento, tenho a oportunidade de explorar ainda mais minhas habilidades e se destacar no mercado, como um profissional dedicado e comprometido com a entrega de conteúdo de qualidade aos seus leitores. Para entrar em contato comigo, envie um e-mail para [email protected].

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