Em Brasília, a contagem regressiva para a 2ª Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver (MMN2025) já começou. Previsto para 25 de novembro de 2025, o evento marca uma década desde a primeira marcha e promete reunir mulheres negras de todo o Brasil para reivindicar seus direitos e lutar por mudanças significativas.
Nos últimos meses, organizações representando mulheres negras têm realizado encontros regionais para planejar a mobilização. Um marco importante foi a inauguração do escritório operativo da marcha, realizada no Museu da República em Brasília. A cerimônia contou com a presença ilustre da Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, além de representantes do Movimento Negro Unificado e da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq).
Segundo Vinólia Andrade, coordenadora executiva da Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), “A partir de agora, a gente sabe e tem a certeza de onde nós vamos trazer milhões de mulheres negras em novembro para essa cidade. A gente tem que ter um movimento de maior valor em escala nacional”.
As reivindicações da marcha incluem a implementação de políticas públicas específicas para mulheres negras, o direito fundamental à vida e a promoção efetiva da igualdade racial. A ativista Thanisia Marcella Alves Cruz, membro do comitê organizador, explicou o significado do nome da marcha: “A reparação denuncia as inúmeras políticas públicas e táticas que institucionalizaram o tráfico de pessoas, a perda de direitos, o desgaste da saúde da população negra e o genocídio. Sabendo que vidas jamais serão recuperadas, chamamos o Bem Viver para uma mudança radical de nossas práticas e para uma vida em dignidade.”
A organização da MMN2025 é um esforço conjunto de diversos comitês regionais e um Comitê Impulsor Nacional, composto por importantes entidades como:
- AMNB
- Fórum Nacional de Mulheres Negras
- Rede Nacional de Mulheres Negras no Combate à Violência
- Rede de Mulheres Negras do Nordeste
- Rede Fulanas – Negras da Amazônia Brasileira
Estados e municípios também podem criar seus próprios comitês para facilitar a participação local. Naiara Leite, ativista e Coordenadora Executiva do Instituto da Mulher Negra Odara da Bahia, destacou a importância da mobilização para impulsionar a participação feminina na política: “Esse ano foi um ano eleitoral no Brasil, que mobilizou mais de 5.300 municípios e que as mulheres negras aproveitaram a chamada da marcha para fortalecer a importância de eleger mulheres negras para as câmaras municipais, para as prefeituras e para a ocupação desses espaços institucionais”.
A assistente social Keka Bagno, militante do coletivo Juntas e membro do Comitê DF, complementou: “Para além do Distrito Federal, o nosso encontro regional contou com a participação das mulheres de Goiás e de Mato Grosso. Dialogamos sobre as situações das políticas públicas, reparação e bem-viver e o desafio da conjuntura nacional e locais. Levanta e marcha rumo a 2025”.
A imagem anexa, creditada a Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil, mostra mulheres negras do Centro-Oeste em um encontro preparatório para a marcha em Brasília em 23/11/2024.
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