Luigi Mangione, de 26 anos, formalmente acusado do assassinato de Brian Thompson, CEO da seguradora de saúde UnitedHealth, concordou em ser transferido para Nova York, onde o crime ocorreu. A decisão foi tomada durante uma audiência realizada nesta quinta-feira (19), na Pensilvânia, onde Mangione estava detido.
O suspeito desistiu de contestar legalmente sua extradição para Nova York, o que significa que ele deverá ser enviado da Pensilvânia para enfrentar as acusações estaduais. Entre elas, estão homicídio de primeiro grau e duas acusações de homicídio de segundo grau, uma das quais descreve o assassinato como um ato de "terrorismo". A promotoria de Manhattan, liderada por Alvin Bragg, enfatizou que este tipo de violência armada premeditada não será tolerada.
A transferência de Mangione ocorre após ele ter comparecido a duas audiências na Pensilvânia: uma para responder a uma acusação de porte de arma e outra sobre o pedido de extradição. Segundo a Associated Press, Mangione fez um acordo com o promotor após sua defesa receber um relatório investigativo de 20 páginas da polícia de Altoona.
Acusações Federais e Risco de Pena de Morte
Além das acusações estaduais, Luigi Mangione enfrentará acusações federais que podem levá-lo à pena de morte, conforme reportado pelo "The New York Times". Embora a pena de morte seja proibida em Nova York, ela é uma possibilidade em processos federais. O Departamento de Justiça dos EUA não se manifestou sobre o caso.
Entenda o Caso
Brian Thompson foi morto a tiros no dia 4 de dezembro, em frente a um hotel de luxo em Nova York. Luigi Mangione foi detido cinco dias depois, em uma unidade do McDonald's na Pensilvânia, a cerca de 400 km do local do crime.
Perfil de Luigi Mangione
Mangione, ex-aluno da Penn State University com formação em ciência da computação e foco em inteligência artificial, demonstrava apreço pelo manifesto de Ted Kaczynski, o "Unabomber". Ele também criticava o uso de smartphones por crianças em suas redes sociais. Segundo a polícia, seu último endereço registrado era em Honolulu, Havaí. Amigos e colegas de trabalho expressaram choque com o crime, descrevendo-o como "um cara legal".
Mangione provém de uma família com grande influência no setor imobiliário e empresarial de Maryland, proprietária de diversos empreendimentos, como country clubs, casas de repouso, emissoras de rádio, campos de golfe, hotéis, resorts e uma fundação.
Evidências e Motivação
No momento da prisão, Mangione portava uma identidade falsa, utilizada também para o check-in em um albergue em Nova York antes do assassinato. A polícia também encontrou uma pistola com características semelhantes à usada no crime, suspeitando que a arma foi fabricada com peças impressas em 3D.
Um manifesto escrito à mão, com cerca de três páginas, foi encontrado com o suspeito. Nele, Mangione expressava raiva contra empresas de seguro de saúde, descrevendo-as como "parasitárias", segundo a Associated Press. Amigos e postagens em redes sociais indicam que Mangione sofria de dores crônicas nas costas, embora não esteja claro se isso teve relação com o crime. A UnitedHealth confirmou que Mangione não era cliente da seguradora.
As Acusações
Luigi Mangione foi formalmente acusado de homicídio doloso no dia 17 de dezembro. No total, ele enfrenta 11 acusações, incluindo homicídio em primeiro grau e homicídio como crime de terrorismo. Se condenado em todas as acusações estaduais, ele enfrentará uma sentença obrigatória de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.
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