A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, advertiu empresas chinesas sobre possíveis “consequências significativas” caso forneçam apoio material à Rússia em sua guerra contra a Ucrânia. O alerta surge em meio a repetidas acusações de Washington de que a China estaria fornecendo a Moscou tecnologia de uso dual, que poderia impulsionar suas capacidades militares, alegação negada por Pequim.
Yellen realizou uma videoconferência com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, na segunda-feira, como parte de seus “esforços para gerenciar de forma responsável a relação econômica bilateral”, conforme comunicado do Tesouro dos EUA. Durante a reunião, Yellen “ressaltou as consequências significativas que empresas, inclusive na China, enfrentariam se fornecessem apoio material para a guerra da Rússia contra a Ucrânia”, segundo o documento. Esta não é a primeira vez que tal ameaça é feita; em abril, Yellen fez um aviso similar, após o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmar que “a China continua a fornecer materiais para apoiar a base industrial de defesa da Rússia.”
Além do conflito na Ucrânia, a reunião também abordou as “políticas não mercadológicas” da China e supostas “atividades cibernéticas maliciosas”, informou o Tesouro americano. Em seu próprio comunicado, o governo chinês declarou que Pequim expressou preocupações com as restrições econômicas e comerciais dos EUA, descrevendo o encontro virtual como “franco, profundo e construtivo.” A declaração chinesa não detalhou as acusações de apoio militar à Rússia.
Washington tem acusado a China de fornecer à Rússia bens de uso dual, como semicondutores e sistemas de drones, que poderiam ser utilizados para fins militares no conflito na Ucrânia. Os EUA impuseram sanções direcionadas a empresas e indivíduos chineses considerados responsáveis por tais transações, citando violações das estruturas de sanções internacionais. Em contrapartida, a China implementou restrições à exportação de itens de uso dual para empresas americanas.
A China tem negado consistentemente as alegações de fornecer à Rússia tecnologia de uso dual para fins militares. Autoridades de Pequim insistem que o país não fornece armas a nenhuma das partes envolvidas no conflito e mantém controles rigorosos sobre a exportação de itens de uso dual. Recentemente, Pequim implementou regulamentações aprimoradas de controle de exportação sobre itens de uso dual, em vigor desde 1º de dezembro de 2024. As medidas visam aumentar a transparência e a padronização na exportação de mercadorias que podem servir tanto para aplicações civis quanto militares.
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