O governo de Javier Milei na Argentina implementou, desde a última sexta-feira (17), novas medidas que visam facilitar o uso de moedas estrangeiras no cotidiano da economia. As mudanças incluem a permissão para que os estabelecimentos exibam preços em pesos e em moedas estrangeiras e que os consumidores possam efetuar pagamentos em dólar utilizando cartões de débito.
O ministro da Economia, Luis Caputo, informou através de sua conta na rede X, que os preços de bens e serviços poderão ser apresentados tanto em dólares americanos quanto em outras moedas estrangeiras, além de figurar em pesos, detalhando o valor total a ser pago pelo consumidor. Esta ação é um passo em direção à liberalização da economia argentina, que historicamente sofre com instabilidade financeira e desvalorização da moeda local.
Milei, que assumiu o poder no final de 2023, já havia anunciado para 2025 a adoção do câmbio livre e o fim das restrições para a compra de dólares, conhecidas como “cepo cambial“. Essa medida é vista como um esforço para permitir que a população proteja suas economias das frequentes desvalorizações.
As novas regras, que são opcionais para os comerciantes, substituem uma resolução de 2002 que limitava a exibição de preços em moeda estrangeira a estabelecimentos de menor destaque visual. É importante ressaltar que a regulamentação não define qual taxa de câmbio deverá ser aplicada nas transações. Atualmente, a Argentina opera com diversas cotações do dólar. No mercado oficial, a moeda era negociada a 1.063 pesos na sexta-feira, enquanto no mercado paralelo, o valor chegava a 1.235 pesos.
Economia bimonetária
O Banco Central argentino anunciou que, a partir de 28 de fevereiro, pagamentos em dólares poderão ser realizados com cartões de débito. Esta medida, segundo analistas, tem como objetivo promover uma economia bimonetária e, consequentemente, impulsionar o consumo. Os pagamentos serão feitos através de cartões vinculados a contas em dólares, sem a necessidade de operações de câmbio, já que o preço do produto ou serviço será estabelecido diretamente em dólar. Os custos com tarifas e comissões serão idênticos aos das operações realizadas em pesos.
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