Com o falecimento do Papa Francisco, ocorrido nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, a Igreja Católica Apostólica Romana entra em um período formalmente conhecido como “sede vacante”. Essa fase transitória se estenderá até a eleição de um novo pontífice em um processo denominado conclave.
Durante a sede vacante, a administração da Santa Sé é delegada ao Colégio Cardinalício, atualmente composto por 226 cardeais. Deste total, 132 cardeais com menos de 80 anos participarão ativamente do conclave, enquanto os 94 cardeais restantes, com 80 anos ou mais, não terão direito a voto.
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O Conclave: procedimentos e prazos
O conclave para eleger o novo Papa deverá ser convocado entre 15 e 20 dias após o início da vacância da Sé Apostólica. No dia determinado, os cardeais eleitores participarão de uma missa solene na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Em seguida, em procissão e entoando a Ladainha dos Santos, dirigir-se-ão à Capela Sistina. Lá, sob o afresco do Juízo Final de Michelangelo, cada cardeal fará um juramento de manter sigilo absoluto sobre tudo o que se passar durante o conclave, tanto durante quanto após sua conclusão.
Após o juramento, o mestre de cerimônias litúrgicas proferirá a ordem “Extra omnes” (todos fora), momento em que todos os presentes que não são cardeais eleitores deverão deixar a Capela Sistina. Excepcionalmente, um religioso permanece para proferir uma meditação sobre as qualidades desejáveis em um Papa e os desafios enfrentados pela Igreja. Após essa reflexão, ele também se retira, deixando os cardeais a sós para iniciar o processo de votação.
O cardeal camerlengo, responsável pela administração da Cúria Romana durante a vacância do papado, supervisionará a organização e a condução do conclave. A eleição do novo Papa é realizada por meio de voto secreto e individual de cada cardeal eleitor.
O processo de votação e o anúncio
Para ser eleito, o candidato deve obter uma maioria de dois terços dos votos. No primeiro dia do conclave, realiza-se apenas uma votação. A partir do segundo dia, os cardeais votam duas vezes pela manhã e duas vezes à tarde, até que um nome seja definido.
Caso não se chegue a um consenso após 24 votações, os cardeais podem decidir, por maioria absoluta, alterar as regras e eleger o Papa por maioria simples.
Após cada votação, as cédulas são queimadas em um forno instalado na Capela Sistina, e a fumaça resultante é liberada pela chaminé. A cor da fumaça tem um significado específico: fumaça preta indica que nenhum candidato obteve a maioria necessária, enquanto fumaça branca sinaliza a eleição do novo Papa.
Tradicionalmente, a Praça de São Pedro, no Vaticano, fica repleta de fiéis que aguardam ansiosamente o anúncio do novo líder da Igreja Católica, enquanto milhões de pessoas acompanham o rito pela televisão em todo o mundo.
