Justiça

Ministro do STF libera emendas da saúde para garantir piso constitucional, mas critica dependência do sistema

Em uma série de decisões recentes, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem se posicionado sobre a liberação e o uso de emendas parlamentares, especialmente aquelas destinadas à saúde. Nesta terça-feira (31), Dino autorizou a execução de emendas de comissão empenhadas com o objetivo de assegurar o cumprimento do piso constitucional de gastos com saúde. A medida visa garantir um montante de R$ 2,1 bilhões, sendo R$ 370 milhões provenientes de emendas de comissões – R$ 40,5 milhões do Senado Federal e R$ 330 milhões da Câmara dos Deputados.

A decisão foi tomada após a Advocacia-Geral da União (AGU) informar ao STF a necessidade desse montante para alcançar o mínimo constitucional na saúde. Segundo a AGU, o cancelamento dos valores empenhados em emendas de comissão, após 23 de dezembro, impossibilitaria o alcance da aplicação mínima em saúde. O ministro Dino avaliou como necessária a continuidade da execução das emendas de comissão, dada a urgência em cumprir o patamar mínimo de despesas na área.

Contudo, a decisão de liberar as emendas não veio sem ressalvas. Dino expressou preocupação com a dependência do Sistema Único de Saúde (SUS) em relação a gastos vinculados a emendas parlamentares. Segundo ele, essa dependência pode levar a uma gestão fragmentada e sem levar em conta indicadores sanitários objetivos, mencionando também casos de improbidade que estão sendo investigados.

Apesar da liberação para a saúde, na segunda-feira (30), o ministro havia negado um pedido do Senado Federal para a liberação geral de emendas parlamentares que foram suspensas por ele. Dino justificou sua decisão alegando que a forma como as emendas foram apresentadas contraria a Lei Complementar nº 210/2024 e a Resolução do Congresso Nacional nº 001/2006, questionando a falta de aprovação da indicação do beneficiário e do valor a ser repassado pela Comissão. A ação faz parte da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 854, movida pelo PSOL contra a falta de transparência na destinação de recursos públicos.

Anteriormente, Dino já havia suspendido o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares, alegando falta de transparência e rastreabilidade, e determinou a instauração de um inquérito policial para investigar o caso. O Senado Federal, por sua vez, argumentou que cumpriu todas as exigências legais na indicação das emendas e que a Lei Complementar 210/2024 não deveria ser aplicada para as emendas de 2024.

O Senado chegou a pedir ao ministro que, mesmo se a Lei Complementar 210/2024 fosse aplicada, permitisse o empenho dos recursos, condicionando o pagamento à individualização das emendas após o recesso parlamentar. A ação do PSOL contra as emendas parlamentares apontava que a decisão do STF sobre o chamado “orçamento secreto” continuava sendo desrespeitada.

Em outro caso recente envolvendo o STF, o ministro Alexandre de Moraes suspendeu o direito de visitas ao tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo, preso pela Operação Contragolpe. A decisão ocorreu após a irmã do tenente-coronel tentar levar eletrônicos escondidos em uma caixa de panetone na carceragem do Batalhão de Polícia do Exército de Brasília (BPEB). O advogado de Azevedo, Jeffrey Chiquini, planeja solicitar uma revisão da decisão para garantir as visitas da esposa e filha do militar.

Azevedo, membro das Forças Especiais do Exército, é investigado por participação em uma ação clandestina para executar o ministro Alexandre de Moraes. Segundo a Polícia Federal, o tenente-coronel utilizava o codinome “Brasil” em mensagens interceptadas, informação que foi negada pelo advogado de defesa, que alega que o militar estava em casa com a família no dia da ação.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: [email protected]

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