A safra brasileira de cana-de-açúcar do ciclo 2024-2025 alcançou o segundo maior volume da história, com uma estimativa total de 676,96 milhões de toneladas. Apesar do resultado expressivo, a produção ficou 5,1% abaixo da safra recorde registrada no ciclo anterior, entre 2023 e 2024.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a diminuição na produção é resultado de fatores climáticos adversos, como os baixos índices de chuva e as altas temperaturas que afetaram principalmente a Região Centro-Sul, responsável por 91% da produção nacional. Além disso, a ocorrência de queimadas em canaviais também contribuiu para a redução.
"Essas condições adversas registradas ao longo da temporada influenciaram negativamente na produtividade média, ficando em 77.223 quilos por hectares", informou a Conab em seu 4º Levantamento sobre a cultura, divulgado nesta quinta-feira (17).
Desempenho Regional
A Região Sudeste, principal produtora de cana-de-açúcar, colheu 439,6 milhões de toneladas, representando uma queda de 6,3% em relação à safra anterior. Apesar do aumento de 7,5% na área plantada, totalizando 5,48 milhões de hectares, a produtividade média diminuiu 12,8%, ficando em 80.181 quilos por hectare.
No Centro-Oeste, a colheita se manteve estável em comparação com a safra recorde anterior, alcançando 145,3 milhões de toneladas, um aumento de apenas 0,2%. A área plantada cresceu 4%, chegando a 1,85 milhão de hectares, enquanto a produtividade apresentou uma leve queda de 3,7%, atingindo 78.540 quilos por hectare.
A Região Nordeste, onde a colheita do ciclo 2024/2025 ainda está em fase de finalização, deverá registrar uma produção de 54,4 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 3,7% em relação à safra anterior. A restrição hídrica na região impactou negativamente a produtividade média das lavouras, apesar do aumento de 1,6% na área colhida, que totalizou 897,5 mil hectares.
A Região Sul apresentou queda tanto na área plantada quanto na produtividade. A produção estimada é de 33,6 milhões de toneladas, 13,2% inferior ao ciclo passado.
Em contrapartida, a Região Norte apresentou um panorama positivo, com aumentos de área e produtividade de 1,4% e 1,1%, respectivamente. A Conab estima que a colheita na região alcance 4 milhões de toneladas.
Impacto nos Subprodutos
A redução no volume de cana colhida também afetou a produção de açúcar, que registrou uma queda de 3,4%, totalizando 44,1 milhões de toneladas. No entanto, a Conab ressalta que esse volume representa a segunda maior produção de açúcar na série histórica da companhia, impulsionada pelo mercado favorável que direcionou a matéria-prima para a fabricação do adoçante.
A produção total de etanol apresentou um crescimento de 4,4%, atingindo 37,2 bilhões de litros. Esse aumento foi impulsionado pela produção de etanol a partir do milho, que compensou a queda de 1,1% na produção de etanol derivado da cana, causada pelas condições climáticas desfavoráveis. A produção de etanol de milho alcançou 7,84 bilhões de litros, um aumento de 32,4% em relação ao ciclo 2023/24. Falando em etanol, você sabia que, em alguns estados, o Etanol se mostra mais vantajoso que a gasolina em seis estados brasileiros, aponta ANP?
Exportações
As exportações brasileiras de açúcar se mantiveram elevadas, consolidando o país como o principal fornecedor mundial do produto. No fechamento da safra 2024/25, os volumes de açúcar exportados permaneceram estáveis em relação à safra anterior, totalizando 35,1 milhões de toneladas. No entanto, a receita obtida foi de US$ 16,7 bilhões, uma queda de 8,2% em relação à safra anterior, devido à redução nos preços.
Já a exportação de etanol encerrou o ciclo com um total de 1,75 bilhão de litros embarcados, representando uma queda de 31% em comparação com o ciclo 2023/24. A Conab destaca o crescente protagonismo do etanol de milho, impulsionado pelo aumento da produção em novas unidades e pela maior eficiência das plantas existentes. E por falar em etanol, o Governo vai aumentar percentual de etanol na gasolina para 30% ainda em 2025.
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