O relatório oficial de emprego dos Estados Unidos, o payroll de novembro, dominou as atenções dos mercados nesta sexta-feira. A expectativa era a criação de 200 mil vagas, uma forte recuperação em relação aos modestos 12 mil postos criados em outubro. Este dado é crucial para as decisões do Federal Reserve (Fed), que se reúne em 18 de dezembro. Um payroll robusto pode reduzir as apostas em um ciclo de cortes de juros.
Além do payroll, a Universidade de Michigan divulgou o índice de sentimento do consumidor de dezembro, incluindo as expectativas de inflação. Diversos discursos de dirigentes do Fed também estavam na agenda, adicionando incerteza ao cenário.
No cenário internacional, a cúpula do Mercosul no Uruguai foi outro ponto de destaque, com a possibilidade de assinatura de um acordo comercial com a União Europeia. Este acordo, em negociação há anos, representa um marco para a integração econômica entre os blocos.
Os mercados reagiram com cautela. Enquanto os futuros de Nova York apresentavam queda, as bolsas europeias registraram alta, com destaque para a Bolsa de Paris, que subiu mais de 1%. Na França, a promessa do presidente Emmanuel Macron de indicar um novo primeiro-ministro após a rejeição de Michel Barnier pelo parlamento contribuiu para o otimismo. A Alemanha, por sua vez, viu ganhos modestos na Bolsa de Frankfurt após dados de produção industrial abaixo do esperado.
Na Rússia, o dólar caiu abaixo de 100 rublos após um decreto presidencial eliminando a exigência de conversão de moeda estrangeira em rublos para compras de gás russo pelo Gazprombank.
No Brasil, o EWZ, principal fundo de índice brasileiro em Nova York, subiu 0,19% no pré-mercado, indicando ganhos limitados antes da divulgação do payroll e diante da queda nos futuros de NY. O dólar apresentou leve valorização frente a moedas fortes e emergentes, podendo flutuar em torno de R$ 6,00 devido às incertezas fiscais.
Os juros futuros mantiveram-se próximos dos 14%, na ausência de notícias que pudessem reverter a tendência de alta. A discussão sobre o Benefício de Prestação Continuada (BPC) gerou preocupação, com parlamentares resistindo a alterações no programa, colocando em risco o pacote de ajuste fiscal. Embora líderes da Câmara garantam a aprovação do pacote ainda em 2024, dúvidas persistem sobre seu tamanho final, agravadas pelo impasse sobre o pagamento de emendas parlamentares após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
O IGP-DI de novembro também estava na agenda econômica brasileira.
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