Os contratos futuros de ouro alcançaram um novo patamar histórico nesta segunda-feira (21), superando a marca de US$ 3.400, impulsionados por uma combinação de fatores que incluem a aversão ao risco nos mercados acionários e a busca por ativos mais seguros em meio à desvalorização do dólar.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), os contratos futuros de ouro com vencimento em junho registraram um aumento de 2,91%, atingindo US$ 3.425,3 por onça-troy.
De acordo com Neils Christensen, analista da Kitco, a valorização do ouro reflete uma fuga de investidores em direção ao metal, em um momento em que outros ativos tradicionalmente considerados portos seguros, como o dólar americano e os títulos do Tesouro, apresentam sinais de enfraquecimento.
“O ouro está passando por outro rali, à medida que os investidores fogem para o metal, enquanto a demanda por outros ativos tradicionalmente considerados portos seguros, como o dólar americano e os títulos do Tesouro, enfraquece”, disse Neils Christensen, da Kitco.
Christensen também destacou que o ouro se aproxima da máxima histórica ajustada pela inflação, registrada em janeiro de 1981, quando atingiu US$ 3.448 por onça-troy. Em momentos de incerteza econômica, investidores buscam refúgio em ativos como o ouro, enquanto o Ibovespa fecha em alta impulsionado por Petrobras e Vale, demonstrando a volatilidade do mercado.
Demanda por investimentos atrelados ao ouro também cresce
Além da busca por segurança, o rali do ouro também é impulsionado pela crescente demanda por veículos de investimentos derivados. Na semana passada, os ativos do maior fundo negociado em bolsa lastreado em ouro do mundo, localizado em Nova York, ultrapassaram a marca de US$ 100 bilhões pela primeira vez. Esse movimento reflete um cenário onde o mercado financeiro se adapta às flutuações, como o recente recuo do dólar que impactou os mercados globais.
O Citibank havia projetado, na semana anterior, que o preço do metal precioso poderia atingir os US$ 3.500 por onça-troy nos próximos três meses, impulsionado por uma demanda de investimento em seu nível mais alto desde a crise financeira global.
O banco ainda citou preocupações com tarifas e o crescimento econômico nos EUA e no mundo como fatores que contribuem para a forte demanda por ouro por parte de bancos centrais e outras instituições.
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