A sexta-feira (28 de fevereiro) foi um dia de forte volatilidade nos mercados financeiro brasileiro, com o Ibovespa B3 registrando queda acentuada e o dólar disparando. Fatores externos e, principalmente, a política interna contribuíram para o cenário de aversão ao risco.
No âmbito internacional, as tensões geopolíticas, incluindo discussões controversas entre o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, elevaram a incerteza global, impactando negativamente os ativos de risco.
No Brasil, a indicação da deputada Gleisi Hoffmann (PT-SP) para a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) gerou forte reação negativa entre investidores. A SRI é um ministério chave na articulação política do governo, e agentes do mercado temem que a nomeação dificulte o avanço de pautas econômicas consideradas essenciais, especialmente aquelas relacionadas ao corte de gastos públicos.
O Ibovespa B3 encerrou o pregão com uma queda de 1,60%, atingindo 122.799 pontos. Além do impacto da nomeação de Gleisi Hoffmann, o rebalanceamento do MSCI Brazil e a proximidade do feriado de Carnaval também influenciaram o desempenho negativo. Na semana, o índice recuou 3,41%, fechando fevereiro com uma baixa de 2,58%.
Juros futuros em ascensão
Os juros futuros também acompanharam o movimento de alta, com os vértices intermediários e longos da curva de DI (Depósito Interfinanceiro) voltando ao patamar de 15%, após passarem boa parte de fevereiro na casa dos 14%. A reação do mercado refletiu a percepção de aumento do risco político com a indicação para a SRI.
Confira o fechamento dos contratos de DI:
- Janeiro de 2026: de 14,81% para 14,98%
- Janeiro de 2027: de 14,78% para 15,055%
- Janeiro de 2029: de 14,725% para 15,045%
- Janeiro de 2031: de 14,82% para 15,13%
Dólar atinge novo patamar
O dólar à vista registrou forte valorização, com alta de 1,5% frente ao real, sendo cotado a R$ 5,9162. No acumulado da semana, a moeda americana valorizou 3,24%, enquanto em fevereiro a alta foi de 1,35%. Para entender melhor a dinâmica cambial, confira como o Dólar tem leve alta influenciado por tarifas de Trump e supera R$ 5,82.
O euro comercial também apresentou alta, fechando o dia cotado a R$ 6,1329, com avanço de 1,13%. Na semana, o euro subiu 2,30%, e no mês de fevereiro, 1,28%.
Mercados globais
Bolsas de Nova York
Em Nova York, as principais bolsas de valores fecharam o dia em alta, após uma sessão volátil, mas acumularam perdas na semana e no mês de fevereiro:
- Dow Jones: alta de 1,39%, aos 43.840,72 pontos (semana: +0,95%; mês: -1,58%)
- S&P 500: alta de 1,58%, aos 5.954,41 pontos (semana: -0,98%; mês: -1,43%)
- Nasdaq: alta de 1,63%, aos 18.847,279 pontos (semana: -3,47%; mês: -3,97%)
Bolsas da Europa
Na Europa, o desempenho dos mercados acionários foi misto, influenciado pelas atualizações da agenda tarifária de Donald Trump. O FTSE 100 de Londres se destacou positivamente em meio a especulações sobre um possível acordo comercial favorável entre o Reino Unido e os EUA.
Confira o fechamento dos principais índices:
- Stoxx 600: queda de 0,11%, aos 556,48 pontos (semana: +0,62%; mês: +3,29%)
- FTSE 100 (Londres): alta de 0,61%, aos 8.809,74 pontos (semana: +1,74%; mês: +1,54%)
- DAX (Frankfurt): estável, aos 22.551,43 pontos (semana: +1,18%; mês: +3,77%)
- CAC 40 (Paris): leve alta de 0,11%, aos 8.111,63 pontos (semana: -0,53%; mês: +2,03%)
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