Em um dia de reviravoltas no mercado financeiro, o dólar americano registrou uma alta nesta quarta-feira (30), interrompendo uma sequência de oito quedas consecutivas. Paralelamente, a indústria de máquinas e equipamentos celebrou um expressivo aumento nas vendas do primeiro trimestre de 2025.
Dólar tem leve alta, mas encerra abril em baixa
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Após abrir o dia cotado a R$ 5,60, o dólar comercial fechou em R$ 5,677, com um aumento de R$ 0,046 (+0,83%). A leve alta ocorreu após a divulgação de dados que indicaram uma contração de 0,3% na economia dos Estados Unidos no primeiro trimestre do ano, resultado, em grande parte, das políticas econômicas do governo Trump.
Apesar da valorização pontual, o dólar encerrou o mês de abril com uma queda acumulada de 0,5%. Em 2025, a desvalorização da moeda americana frente ao real é de 8,15%. Anteriormente, o **N10** noticiou a sétima queda consecutiva do dólar, que fechou a R$ 5,64, enquanto o Ibovespa atingiu o maior nível desde setembro.
Ibovespa fecha estável, mas acompanha otimismo de abril
O mercado de ações também apresentou volatilidade. O Ibovespa, índice da B3, fechou o dia aos 135.067 pontos, com uma leve queda de 0,02%. Durante o pregão, o índice chegou a cair 0,83%, mas se recuperou na parte da tarde, seguindo o desempenho positivo das bolsas norte-americanas.
Apesar da instabilidade diária, o Ibovespa registrou um crescimento de 3,69% em abril e acumula alta de 12,29% em 2025, aproximando-se da máxima histórica de 137,3 mil pontos, atingida em agosto do ano anterior. Em outro artigo, o **N10** informou que o Ibovespa perdeu fôlego após atingir a máxima de sete meses devido às tensões comerciais entre EUA e China.
Indústria de máquinas e equipamentos comemora crescimento nas vendas
O setor de máquinas e equipamentos apresentou um desempenho notável no primeiro trimestre de 2025. A receita total de vendas atingiu R$ 67,5 bilhões, representando um aumento de 15,2% em comparação com o mesmo período de 2024, conforme dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
Vendas internas impulsionam o crescimento
As vendas internas somaram R$ 51,6 bilhões de janeiro a março, um aumento de 18% em relação ao ano anterior. A Abimaq expressou otimismo em relação ao primeiro semestre, mas alertou para possíveis dificuldades na segunda metade do ano, devido aos efeitos do aperto monetário e de um cenário macroeconômico mais desafiador.
Exportações enfrentam desafios, mas China se destaca
As exportações do setor totalizaram US$ 2,7 bilhões no primeiro trimestre, uma queda de 5,8% em comparação com o mesmo período de 2024. A América do Norte registrou uma queda significativa nas importações de máquinas e equipamentos brasileiros, com reduções de 30,2% nos Estados Unidos, 30% no México e 27,2% no Canadá.
Em contrapartida, as vendas para a Europa e América do Sul apresentaram crescimento, com altas de 16,1% e 12,9%, respectivamente. A Argentina se destacou na América do Sul, com um aumento de 59,3%, principalmente em máquinas para agricultura e construção civil.
A China também se destacou, com um aumento de 203,1% nas exportações, tornando-se o 6º principal destino das máquinas e equipamentos brasileiros, com uma participação de 3,1% do total exportado.
Importações crescem e China ganha espaço
As importações de máquinas e equipamentos totalizaram US$ 7,8 bilhões no primeiro trimestre, um aumento de 12,9% em relação ao ano anterior. A participação da China nas importações saltou para 34%, superando tradicionais fornecedores como Estados Unidos e Alemanha, com um crescimento de 30,2%.
Segundo a Abimaq, esse reposicionamento reflete o fortalecimento da China como principal polo de fornecimento de máquinas e equipamentos, influenciando a dinâmica do mercado de bens de capital brasileiro e mundial. A **N10** já havia reportado o impacto das tarifas de Trump sobre produtos chineses no mercado financeiro, com o dólar atingindo R$ 6 e o Ibovespa em queda.