Após um período de instabilidade, o dólar à vista encerrou o pregão em leve queda, influenciado pela diminuição da força da moeda americana no mercado internacional. A valorização de divisas europeias e de países emergentes refletiu o otimismo em relação ao possível início de negociações para pôr fim ao conflito na Ucrânia.
O dia começou com a divulgação de dados de inflação ao consumidor (CPI) nos EUA, que vieram acima do esperado, impulsionando o dólar pela manhã. No entanto, a situação se reverteu após declarações do ex-presidente americano Donald Trump sobre o conflito no leste europeu.
Conversas de paz
Trump afirmou ter tido uma conversa telefônica “longa e produtiva” com o presidente russo, Vladimir Putin, e manifestou a expectativa de que as negociações de paz comecem em breve. O Kremlin confirmou a intenção de ambos os líderes em manter contato direto e organizar encontros para tratar do tema.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também se manifestou através da rede social X (antigo Twitter), relatando uma conversa “significativa” com Trump sobre oportunidades para alcançar a paz na região.
A possibilidade de tratativas de paz, no entanto, gerou ressalvas por parte de ministros das relações exteriores de França, Alemanha e Espanha, que defenderam a necessidade de envolvimento europeu em qualquer acordo.
Impacto no mercado
As notícias sobre as conversas entre os líderes globais provocaram uma queda de mais de 2% nas cotações do petróleo e reduziram a demanda pelo dólar no mercado internacional. O índice DXY, que mede o valor do dólar em relação a outras seis moedas fortes, inverteu a trajetória e rompeu o patamar de 108,000 pontos, atingindo uma mínima de 107,627 pontos.
No Brasil, a moeda americana chegou a atingir R$ 5,7437, mas fechou o dia cotada a R$ 5,7631, com queda de 0,08%. Esse foi o terceiro pregão consecutivo de desvalorização do dólar, que acumula perdas de 0,53% na semana e 1,26% em fevereiro.
O real, que vinha se destacando entre as moedas de países emergentes, apresentou um desempenho inferior ao do peso mexicano em alguns momentos do dia. O peso chileno, por sua vez, avançou mais de 1%, impulsionado pela alta dos preços do cobre e por um tom mais rigoroso na ata do Banco Central do Chile.
O presidente do Fed, Jerome Powell, reiterou em audiência na Câmara dos Representantes que não há pressa em ajustar a política monetária, e que as decisões sobre juros serão baseadas em dados, sem foco em uma política particular.
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