O mercado financeiro revisou para cima a estimativa para a inflação de 2025, conforme apontado pelo Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (10). A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 5,65% para 5,68%.
Com essa atualização, a expectativa para a inflação em 2025 se distancia ainda mais do teto da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 4,5%. O Boletim Focus, elaborado a partir de pesquisas com mais de 100 instituições financeiras, apresenta as expectativas do mercado para os principais indicadores econômicos do Brasil. É importante notar que a desaceleração do PIB no 4º trimestre de 2024 prenuncia crescimento econômico mais fraco em 2025, o que pode influenciar as projeções futuras.
As projeções para os anos seguintes permaneceram estáveis: 4,40% para 2026, 4% para 2027 e 3,75% para 2028.
Sistema de metas de inflação
O Banco Central opera com um sistema de metas de inflação, no qual utiliza a taxa de juros (Selic) como instrumento para manter a inflação dentro de um intervalo predefinido. A partir de 2025, o sistema de meta contínua estabelece um objetivo de 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Caso a inflação fique fora desse intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida, e o presidente do Banco Central deve enviar uma carta pública ao ministro da Fazenda, explicando os motivos. Gabriel Galípolo já enviou uma carta a Fernando Haddad no início de janeiro devido ao estouro da meta de inflação em 2024.
O aumento da inflação impacta diretamente o poder de compra da população, especialmente das pessoas com salários mais baixos, pois os preços dos produtos sobem sem que haja um acompanhamento proporcional nos salários. Inclusive, o governo zerou imposto de importação de alimentos para conter inflação, em uma tentativa de mitigar esse impacto.
Taxa de Juros (Selic)
A projeção para a taxa básica de juros (Selic) foi mantida estável em 15% ao ano para 2025. Para o final de 2026, a expectativa é de 12,50% ao ano, e para o final de 2027, 10,50% ao ano.
Em janeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic para 13,25% ao ano e sinalizou a possibilidade de novos aumentos nas próximas reuniões.
Produto Interno Bruto (PIB)
A projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 permaneceu em 2,01%. Para 2026, a previsão é de 1,70%, e para 2027, 2%. O PIB representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e é utilizado para medir a evolução da economia.
Câmbio
A estimativa para o dólar no fim de 2025 foi mantida em R$ 5,99. As previsões para 2026 e 2027 foram revisadas para R$ 5,92 e R$ 5,90, respectivamente.
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