A diretora do Laboratório de Materiais e Processos da NASA, Tawnya Plummer Laughinghouse, compartilhou sua experiência sobre a superação da síndrome do impostor e como isso moldou sua liderança na agência espacial.
Em uma entrevista conduzida por Tahira S. Allen, Tawnya revelou que, ao fazer a transição da Spelman College para o Instituto de Tecnologia da Geórgia, se deparou com um ambiente que a fez questionar suas capacidades. “Foi provavelmente a primeira vez na minha vida que um professor me fez questionar se eu pertencia ou se eu tinha o que era preciso”, disse Tawnya. Anteriormente, ela era frequentemente usada como exemplo de boa aluna, mas, em sua primeira aula de engenharia química, suas perguntas eram ignoradas ou colocadas em dúvida. Isso a fez questionar seu valor e inteligência, marcando o início de sua luta contra a síndrome do impostor.
O Desafio na Engenharia Química
Tawnya descreveu como, apesar de conseguir resolver os problemas em casa sem dificuldade, “congelava” durante as aulas, sentindo-se incapaz de fazer seu cérebro funcionar. Essa ansiedade a levou a reprovar na disciplina, o que foi uma experiência inédita para ela. “Eu estava lutando com a síndrome do impostor antes de saber o que era, me perguntando: ‘Será que eu estava vivendo em um mundo de sonhos até agora? Será que não sou tão inteligente quanto pensava?’”, contou.
A experiência a fez refletir sobre a falta de representatividade em algumas áreas, acreditando que isso pode ocorrer devido à alta pressão e falta de apoio, o que leva muitas pessoas a desistirem de seus sonhos. “Às vezes você olha em volta e se pergunta por que não vê muitas pessoas de cor em algumas posições, e provavelmente é por causa de situações como essa, onde temos padrões tão elevados, mas sentimos que não podemos atendê-los. Não nos damos espaço para errar. Assumimos que ‘isso obviamente não é para mim’”, explicou.
A Virada e a Nova Perspectiva
Tawnya decidiu mudar sua abordagem: “Eu sabia que podia fazer isso. Eu tinha que, primeiro, sair da minha cabeça e, segundo, perceber que nem todo mundo estará a meu favor ou torcendo por mim… Como uma jovem estudante universitária, foi a primeira vez que enfrentei [essa situação], e isso me abalou. Isso me atrasou até que eu percebi que eu podia fazer isso e que meu valor não era baseado no que outra pessoa pensava de mim ou de minhas habilidades.” Com uma nova mentalidade, ela retornou à disciplina, alcançando uma nota máxima e continuando seus estudos em engenharia.
Liderança Inspirada pela Experiência
Essa experiência moldou sua liderança, ensinando-a a valorizar a voz de todos e a criar um ambiente inclusivo. “Essa [experiência] realmente informou o tipo de líder que sou e me ensinou como garantir que todos tenham voz e se sintam pertencentes. Olhando para trás, eu pensei que era a pior coisa do mundo quando eu estava passando por isso, mas agora eu vejo que era exatamente o que eu precisava naquele momento da minha vida para entender que eu devo estar aqui fazendo o que estou fazendo. Eu aprendi a me perdoar. Se eu tivesse me retirado daquele curso de STEM, eu nunca teria gerenciado um programa de demonstração de tecnologia para a NASA que lançou dez tecnologias para o espaço”, concluiu Tawnya. A trajetória de Tawnya Plummer é um testemunho de resiliência e um exemplo de como superar desafios pode fortalecer a liderança e inspirar novas gerações em áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM).
Para conhecer outras histórias inspiradoras, você pode consultar a série Faces of NASA.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.