A sonda solar Parker, da Nasa, está prestes a realizar uma manobra histórica na véspera de Natal, aproximando-se do Sol como nenhum outro objeto feito pelo homem jamais conseguiu. Durante seu 22º sobrevoo, a sonda passará a apenas 6,1 milhões de quilômetros da superfície solar, viajando a cerca de 192 km por segundo.
A Nasa confirmou que todos os sistemas da Parker estão operacionais e que a sonda está pronta para a manobra arriscada programada para as 06h53 (horário de Brasília) do dia 24 de dezembro. Este será o primeiro de uma série final de sobrevoos, conhecidos como periélios, que ocorrerão ao longo de 2025, antes do término da missão da Parker.
O astrônomo Arik Posner, cientista do programa Parker Solar Probe na Nasa, destacou a importância da missão: “Esta é uma das missões audaciosas da Nasa, fazendo algo que ninguém mais fez para responder a questões de longa data sobre nosso universo.” Ele acrescentou que a equipe está ansiosa para receber os primeiros dados científicos coletados pela sonda.
Lançada em 2018, a Parker já quebrou recordes de proximidade e velocidade solar. A sonda foi projetada para coletar dados da atmosfera solar, também conhecida como corona, um ambiente de plasma quente. As medições da Parker ajudarão os cientistas a entender melhor como o Sol funciona. Um dos grandes mistérios é como a atmosfera solar, que se estende por mais de 8,3 milhões de quilômetros no espaço, é muito mais quente que a superfície visível do Sol, a fotosfera. Outros mistérios incluem a origem do campo magnético solar e os fatores que impulsionam os ciclos de atividade solar.
O astrofísico Nour Raouafi, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, comparou a aproximação da Parker ao Sol com o pouso na Lua em 1969, afirmando que este será um marco monumental para a humanidade. Após o periélio, em 27 de dezembro, a sonda emitirá um sinal para confirmar que sobreviveu ao sobrevoo.
O engenheiro aeroespacial Nick Pinkine, gerente de operações da missão Parker, ressaltou que a sonda trará dados de um território inexplorado, pois nenhum objeto construído pelo homem se aproximou tanto de uma estrela. A Parker realizará mais quatro periélios em 2025, com datas programadas para 22 de março, 19 de junho e, provisoriamente, 15 de setembro e 12 de dezembro.
Eventualmente, a sonda ficará sem combustível para manter seus componentes protegidos pelo escudo térmico de carbono. O astrofísico Justin Kasper, da Universidade de Michigan, explicou que, quando isso acontecer, a pressão solar fará com que a sonda seja virada, incinerando a parte traseira em segundos. O escudo térmico e outros componentes sobreviverão e permanecerão em órbita ao redor do Sol por bilhões de anos. A missão audaciosa da Parker marcará a história da exploração espacial e do conhecimento científico.
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