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Recorde: 2024 é declarado o ano mais quente da história

Embora 2025 deva ser menos quente devido ao fim do El Niño, a Terra continuará a experimentar temperaturas recordes por pelo menos algumas décadas.

O ano de 2024 foi oficialmente o mais quente já registrado em nível global, marcando a primeira vez que as temperaturas médias anuais ultrapassaram 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. A declaração foi feita pelo Copernicus Climate Change Service, o programa de observação da Terra da União Europeia, na última sexta-feira (10).

A notícia surge em meio a intensos incêndios florestais em Los Angeles, Califórnia, desastre que cientistas atribuem à intensificação das mudanças climáticas.

O calor recorde em 2024 é atribuído principalmente às emissões contínuas de gases de efeito estufa, provenientes da queima de combustíveis fósseis. O aumento da temperatura global só será interrompido quando atingirmos emissões líquidas zero.

As conclusões do Copernicus são consistentes com dados de outros conjuntos de dados de temperatura global, que também indicam que 2024 foi o ano mais quente desde o início dos registros em 1850. A temperatura média global em 2024 foi cerca de 1,6°C superior às temperaturas médias do final do século XIX, período usado para representar os níveis pré-industriais.

Em 22 de julho, a temperatura média global diária atingiu 17,16°C, um novo recorde. Além disso, o Copernicus revelou que cada ano da última década figurou entre os dez mais quentes já registrados. Carlo Buontempo, diretor do Copernicus, afirmou que estamos nos aproximando do limite de 1,5°C definido no Acordo de Paris, e a média dos últimos dois anos já ultrapassou esse nível. As altas temperaturas globais, combinadas com níveis recordes de vapor d’água na atmosfera em 2024, resultaram em ondas de calor sem precedentes e fortes chuvas, afetando milhões de pessoas.

O cálculo da temperatura média global é complexo, com variações metodológicas entre as organizações. No entanto, o resultado geral é o mesmo: 2024 foi o ano mais quente já registrado. As emissões de gases de efeito estufa foram o principal fator, com o fenômeno climático El Niño também influenciando o aquecimento global no início do ano, elevando as temperaturas, particularmente no centro e leste do Pacífico, em até 0,2°C.

Impacto nas regiões

O Copernicus constatou que 2024 foi o ano mais quente para todas as regiões continentais, exceto Antártica e Australásia. Na Austrália, 2024 foi o segundo ano mais quente da história, conforme declaração do Bureau of Meteorology, ficando atrás apenas de 2019. Apesar de um ano mais úmido do que o normal, o país teve temperaturas recordes no sudoeste e em partes do centro e leste, com agosto sendo o mês de maior destaque em termos de calor.

É mais comum quebra de recordes de temperatura em escala global do que em regiões específicas, devido à maior variabilidade climática em nível local. Uma onda de frio em uma região pode impactar as temperaturas médias anuais, impedindo que recordes sejam quebrados.

Por isso, as temperaturas médias anuais da Austrália atingiram recordes apenas três vezes desde 2000 (2005, 2013 e 2019), enquanto a temperatura média global estabeleceu seis novos recordes nesse período.

Acordo de Paris

O Acordo de Paris visa limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Embora 2024 tenha ultrapassado esse limite, o sucesso do acordo será medido por meio de períodos de temperatura mais longos, que eliminam a variabilidade climática natural e outros fatores, como El Niño e La Niña. No entanto, as estatísticas de 2024 indicam a urgência de manter o aquecimento global abaixo de 2°C, sendo necessário um esforço ainda maior para alcançar a meta de 1,5°C.

A quantidade de gases de efeito estufa emitidos por humanos está diretamente relacionada ao aumento da temperatura global. Isso significa que cada tonelada de gás de efeito estufa causa um aquecimento similar. A redução das emissões é crucial para interromper o aquecimento global.

Embora 2025 deva ser menos quente devido ao fim do El Niño, a Terra continuará a experimentar temperaturas recordes por pelo menos algumas décadas. É imprescindível acelerar a descarbonização da sociedade e da economia para mudar a trajetória do clima a longo prazo.

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Romário Nicácio

Administrador de redes, estudante de Ciências e Tecnologia (C&T) e Jornalismo, que também atua como redator de sites desde 2009. Co-fundador do Portal N10 e do N10 Entretenimento, com um amplo conhecimento em diversas áreas. Com uma vasta experiência em redação, já contribuí para diversos sites de temas variados, incluindo o Notícias da TV Brasileira (NTB) e o Blog Psafe. Sua paixão por tecnologia, ciência e jornalismo o levou a buscar conhecimentos nas áreas, com o objetivo de se tornar um profissional cada vez mais completo. Como co-fundador do Portal N10 e do N10 Entretenimento, tenho a oportunidade de explorar ainda mais minhas habilidades e se destacar no mercado, como um profissional dedicado e comprometido com a entrega de conteúdo de qualidade aos seus leitores. Para entrar em contato comigo, envie um e-mail para [email protected].

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